O diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Paulo Lacerda, foi afastado temporariamente do seu cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suposto envolvimento em esquema de escutas telefônicas ilegais no gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e de outras autoridades, segundo a revista Veja.
De acordo com a Veja, o presidente do Senado, José Garibaldi Alves (PMDB-RN), e os senadores Demóstenas Torres (DEM-GO), Tião Viana (PT-AC), Arthur Virgílio (PSDB-AM ), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Álvaro Dias (PSDB-PR) também teriam sido grampeados pela Abin. Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e das Relações Institucionais, José Múcio, além do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, igualmente teriam sofrido escutas realizadas pela agência.
Após a acusação, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, já havia tomado duas providências: autorizou a realização de uma sindicância interna para apurar a responsabilidade da Abin no grampo e solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito. Por meio de seu porta-voz, o STF informou que o conselho de ministros "decidiu aguardar as providências exigidas pela gravidade dos fatos".
Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Lacerda assumiu a diretoria-geral da Abin no ano passado com a incumbência de exercer mais controle sobre ela. A agência já foi envolvida em dois casos rumorosos. No primeiro, por ocasião da operação Satiagraha, Lacerda negou o uso de grampos para contribuir com a Polícia Federal. Agora, o tema de escuta ilegal volta à berlinda.
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