Às vezes, é preciso da ajuda de especialistas para resolver o problema, sabendo que alguns motoristas têm medo de enfrentar o trânsito. As mulheres, representam 70% das pessoas que nunca pegaram no volante ou tiraram carteira de motorista. Traumas e preconceitos contribuem para esse quadro.
O machismo, falta de compreensão e de paciência são grandes problemas, segundo o terapeuta Alexandre Gomes. O segredo está dentro da família e na sociedade. É preciso ter compreensão, respeito e o bom senso porque esse motorista tem uma limitação. Os outros condutores não vêem isso. Haveria menos acidentes se os motoristas fossem mais gentis, fala o terapeuta.
No entanto , c om ajuda psicológica, a dificuldade é superada. Após dez anos com medo de dirigir, a funcionária pública Joana Diniz voltou à auto-escola. Ela quer vencer o trauma de um pequeno acidente com um ônibus, que fez estragos apenas no retrovisor de seu carro, mas, para ela, foi o início de um período de dependência. Eu passo muita dificuldade por não dirigir porque aqui em Brasília é uma necessidade, não é luxo, fala.
A Joana freqüenta aulas de noções de trânsito e recebe acompanhamento de um terapeuta ocupacional, a fim de voltar a dirigir . A missão dele é trabalhar constantemente a auto-confiança da paciente. Aos poucos ela se solta, ri e relaxa. Os obstáculos naturais do trânsito são vencidos. As palavras de incentivo fazem toda a diferença, principalmente para a auto-estima das motoristas.
A psicóloga Norma Brezinski Liporoni afirma que a mulher tem mais dificuldade de superação de traumas. Além disso, há motivo para a maior parte das pessoas que não dirigem serem do sexo feminino. Quando criança, a menina ganha uma boneca. Já o menino ganha um carrinho. A partir daí é possível perceber que existe uma influência maior para o menino dirigir, afirma.
Há três categorias de pessoas que passam por esse tipo de tratamento: quem nunca tirou carteira de motorista, mas tem medo de dirigir; os que foram reprovados em alguma etapa do processo de adquirir a carteira e quem passou por situação traumática, de acordo com a psicóloga.
Fonte G1 e Bom Dia DF
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter