Por Gustavo Barreto, co-editor Consciência.Net
Alana Ezequiel, de 13 anos, é a mais nova vítima de uma bala perdida durante operação da Polícia Militar no morro dos Macacos, em Vila Isabel (zona norte). A família, de tão pobre, não teve dinheiro para o enterro, pago pela casa. Nos últimos dias, oito pessoas foram mortas pela PM aquela que, entra governo e sai governo, atira indiscriminadamente contra as comunidades cariocas e fluminenses.
Muitos na comunidade de Alana, na verdade, tem certeza que o tiro veio de policiais, que usam laptops na zona rica da cidade e tanques de guerra (os caveirões) nas comunidades pobres.
Em Vila Isabel, bairro onde moro, também há classe média. Contra ela, a PM nem pensa em atirar. Sabe o lugar correto para onde deve apontar sua injustiça.
No mundo paralelo da TV, em importante matéria nesta terça 6 (com o correto destaque que o tema merece), a Rede Globo anuncia por meio do Jornal Nacional que moradores fizeram um protesto contra a impunidade. A resposta oficial da PM afirma que há indícios de quem os tiros vieram da comunidade mas, no entanto, as balas no corpo de Alana sumiram. Não haverá investigação.
Como faz faltam uma imprensa que, além do correto destaque, acerte também na defesa dos indefesos midiáticos, o operariado do século XXI. Que falta faz uma frase como Alana foi assassinada pelos policiais, afirmam os moradores do morro dos Macacos, seguido de entrevista com testemunhas. Que falta faz a coragem de enfrentar o sistema de violência que nos cerca. Que falta faz.
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