Diplomata cubano fala do bloqueio econômico dos EUA contra Cuba
Entrevista do jornal Brasil Popular com o Primeiro Secretário da Embaixada de Cuba no Brasil, Juan Pozo Alvarez.
Como o governo e o povo cubano enfrentam o bloqueio econômico dos EUA?
Em primeiro lugar, é bom lembrar que, em 3 de fevereiro de 1962, o então presidente dos Estados Unidos, Kennedy, assinou a ordem executiva presidencial 3447 que implementou formalmente o bloqueio económico, comercial e financeiro imposta há 55 anos contra a vontade do povo cubano.
Reconhecido como o mais longo da história da humanidade, o bloqueio afeta todas as formas de desenvolvimento social, comercial, financeiro e econômico do nosso país. É uma violação flagrante, maciça e sistemática dos direitos humanos do povo cubano e é rejeitado no mundo.
Foi durante o Obama Administração, quando um conjunto de medidas foram adotadas, para alterar a execução de alguns itens do bloqueio. Mas as medidas tomadas, até agora, pelos EUA nesta área, embora sejam positivas, ainda são insuficientes.
E bom dizer que na Conferência Naval de Londres, ficou definido como princípio do Direito Internacional que o "bloqueio é um ato de guerra", e, nessa base, o seu emprego é possível unicamente entre os beligerantes. Por esse motivo, o bloqueio contra Cuba é considerado como se fosse um ato de guerra. Mas um ato de guerra econômico.
Nesse contexto, Cuba mantém a sua firme posição que para normalizar totalmente as suas relações bilaterais, um conjunto de medidas deve ser eliminadas unilateralmente pelo governo dos EUA, incluindo a política criminal de bloqueio.
É possível estimar os prejuízos que os EUA causaram ao povo cubano destes 50 anos de bloqueio?
Os danos humanos que tem ocorrido são enumerais e sua duração no tempo, fez o mesmo insustentável e inumano também. Mais uma vez o impacto das sanções e dramático para a economia e a sociedade cubanas. E com toda certeza, não existe acontecimento em nossas vidas no qual não esteja presente seu impacto.
As sanções contra Cuba são cruéis e têm consequências muito desastrosas para a economia cubana e afetam duradouramente o bem-estar da população. Ainda não foi adotada nenhuma medida de envergadura para aliviar os cubanos deste estrangulamento econômico, que perdura há mais de meio século e que a comunidade internacional condena de modo massivo.
A partir das intervenções do atual presidente dos EE. UU, Donald Trump, houve um retrocesso em as falas acontecidas. A nova administração estadunidense ratifica a histórica obsessão norte-americana de hostilidade com Cuba, além do caráter extraterritorial e persecutório dessa posição irracional, que agora, durante o governo do presidente Donald Trump, recrudesce-se ainda mais, com o objetivo de asfixiar nosso país. Com certeza, trata-se de uma a política cruel e genocida.
Quais os setores em Cuba que mais sofrem com o bloqueio econômico dos EUA?
Talvez seja o setor de saúde, uns de os quais sofre demais a aplicação rigorosa do genocida bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos.
O efeito e incalculável sobre o roubo do cérebro em o sistema cubano de saúde pública e mão de obra qualificada neste setor, através de um programa chamado "Parole, somente para os médicos cubanos". Este programa, criado em 2006, aplica-se apenas aos médicos e outro pessoal médico cubano, trabalhando em uma missão internacional fora de Cuba.
Certamente, nenhuma normalização total das relações será possível enquanto estiver em vigor esta política hostil.
Não obstante a resolução deste conflito assimétrico depende do poder executivo estadunidense, que dispõe das prerrogativas necessárias para suprimir boa parte da rede de sanções impostas à Ilha.
Como o povo brasileiro pode se solidarizar na luta do povo cubano contra este criminoso bloqueio dos EUA contra Cuba?
Neste contexto, a comunidade mundial reafirma seu compromisso com a Revolução Cubana, contra o bloqueio, e condenou as novas artimanhas planejadas pelo governo ianque contra nosso país.
O movimento brasileiro de solidariedade a Cuba e muito ativo. Pouco tempo atrás, celebrou a 23ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, reunidos na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais. Foi uma excelentíssima oportunidade, na qual militantes de entidades de Solidariedade a Cuba no Brasil, representando 17 Estados mais o Distrito Federal, repudiaram a explícita hipocrisia da decisão unilateral do governo de os EE. UU, em romper cláusulas importantes previstas no acordo histórico para a aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, firmado na administração do ex-presidente Barack Obama.
Nesse contexto, a solidariedade ratificou a solicitude de por fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto a Cuba, e que traz perdas irreparáveis ao governo e ao povo cubanos, perdas que obrigatoriamente deverão ser ressarcidas.
Para nós está claro que estas medidas tem o objetivo de retirar de Cuba o exemplo de um povo que resiste e luta para defender a sua soberania.
O Presidente Trump, ignora e desrespeita a última votação histórica da 71ª Assembleia Geral da ONU, ocorrida em 2016, na qual 191 países, dos 193 membros da ONU, se posicionaram contra o bloqueio a Cuba, e pela primeira vez, com a abstenção de seu pais e de Israel.
Como toda certeza, com o movimento brasilense temos uma histórica e irrompível irmandade e solidariedade entre nossos povos, que é de longa data. O povo cubano não pode esquecer a solidariedade com os cinco heróis cubanos, cuja missão foi impedir que atos terroristas como o de Barbados continuassem ocorrendo.
O movimento soma vozes às de todos os democratas do mundo exigindo o fechamento da base de Guantánamo e que cessem imediatamente as violações aos direitos humanas ali praticadas contra presos indefesos. Quem viola os direitos humanos são os Estados Unidos e não Cuba. Além disso, desaprovam as campanhas midiáticas contra Cuba, assim como o bloqueio genocida aplicado contra o povo cubano por parte do imperialismo estadunidense.
Hoje em dia, o movimento tem 19 organizações de solidariedade, de 39 movimentos sociais e partidos políticos de todos os Estados brasileiros, além do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-Cuba. Nossos irmãos estão dispostos a intensificar a solidariedade ao povo cubano. Somos povos irmãos, com sangue latino. Temos muito que agradecer a apoio do movimento brasilense e temos a certeza que daqui pra frente vai ser ainda maior, e que podem contar com o povo cubano, hoje e sempre. Nunca vamos esquecer as mostras da solidariedade.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter
Um gigantesco iceberg, comparável em tamanho ao estado de Rhode Island, está se aproximando da remota Ilha Geórgia do Sul, localizada próximo à Antártica. Este "megaiceberg", com um peso estimado de um trilhão de toneladas, pode colidir com a ilha e ficar preso ou, dependendo das correntes oceânicas, passar ao largo.