No Brasil, Dilma Rousseff descarta compra de 36 aviões caças da França

 

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

BRASILIA-BRASIL - PRAVDA.RU

14461.jpegNo Brasil, a presidente Dilma Rousseff 'jogou ventilador na farofa' das articulações do presidente francês Nicolau Sarkozi e do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva Rafale, que tinham 'acertado' a compra de 36 aviões de combate Rafale, da francesa  Dassault, pela 'bagatela' de R$10 Bilhões.

A decisão oficial de Dilma Rousseff deve-se a dois fatores: necessidade de um corte da ordem de R$40 Bilhões no orçamento do governo federal e as polêmicas envolvendo a preferência pelo Rafale, o que provocou dúvidas se essa seria a melhor opção para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Com a decisão de Dilma Rousseff em 'rifar' o Rafale e, consequentemente, 'melar' o arranjo político de Sarkozi e Lula, o caça sueco Gripen, da Saab, e o americano F-18 Super Hornet, da Boeing, voltam ao patamar de disputa da preferência pela compra de 36 unidades para reforçar a frota da FAB.

Embora se diga que não há possibilidades da entrada de novos concorrentes na disputa pela venda dos caças ao Brasil, ficando limitada ao sueco Gripen, ao americano F-18 e ao francês Rafale, o russo Sukhoi Super 35, da KnAAPO, que segundo entendidos é o melhor caça de combate hoje no mundo, pode, sim, entrar na disputa, se houver uma interferência direta do Governo do Kremelin, em Moscou, junto ao Palácio do Planalto, em Brasília.

Os Estados Unidos conseguiram retornar à disputa pela venda dos caças, enviando, semana passada, o senador John McCain, que falou pessoalmente com Dilma Rousseff sobre o assunto.

Dilma disse, então, a John Mc Cain que o caça dos Estados Unidos seria considerado se houvesse uma manifestação explícita do Congresso americano de que não haveria veto à transferência de tecnologia de componentes do avião.

O senador John McCain disse que conseguirá uma carta com manifestação do Congresso americano, que já aprovou a proposta da Boeing, mas pode haver vetos no futuro.

A compra dos 36 caças, que chegou a ser adiada inúmeras vezes, ao longo de quase três anos do Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi transferida para 2012, para não ser descartada de uma vez, em uma demonstração de manobra diplomática do Governo Dilma Rousseff, que, com certeza, não vai comprar os caças de Sarkozi.

O adiamento da compra, com a transferência para 2012, confirma a enfraquecida posição do francês Rafale, preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Defesa, Nelson Jobim, apesar de informações veiculadas na imprensa durante todo o ano de 2010 de que essa não era a preferência técnica da Aeronáutica Brasileira, que teria optado pelo suéco Gripen.

O Rafale é o mais caro dos aviões oferecidos ao Brasil e o último na preferência da FAB, e custaria cerca de R$ 13,3 bilhões, mas o ministro Nelson Jobim disse que teria conseguido abater R$ 3,3 bilhões do valor.

A presidente Dilma Rousseff quer ouvir setores fora do governo, principalmente a Embraer, e criar um grupo interministerial para examinar a questão, reanalisar os argumentos da FAB, que é a favor do sueco Gripen, e do Ministério da Defesa, que é a favor do Francês Rafale.

No saldo da polêmica compra de caça de combate para a FAB, o maior derrotado está sendo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que sempre buscou uma decisão rápida. Jobim defendia (não se sabe se ainda defende) a consonância com a parceria já estabelecida com a França, que vendeu submarinos e helicópteros por mais de R$ 20 bilhões no ano retrasado.

ANTONIO CARLOS LACERDA é Correspondente Internacional do PRAVDA.RU no Brasil. E-mail:- [email protected]

 

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