Após cinco anos, tropas do Brasil garantem paz no Haiti

O governo brasileiro quer estimular os organismos internacionais a fazerem fluir recursos para o Haiti. A afirmação é do comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, lembrando que há cinco anos o Brasil assumiu o comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). Segundo Peri, depois de ajudar reforçar a paz, a segurança e apoiar obras de engenharia naquela nação do Caribe, o maior desafio do Brasil agora é propiciar o desenvolvimento do Haiti.


Nesses cinco anos, segundo o almirante Prado Maia, 12 mil militares brasileiros estiveram no país. Ao longo deste período, a atuação brasileira foi marcada por duas vertentes: em uma delas, a prioridade foi garantir a segurança e estabilidade, por meio do contingente que alcança, no primeiro semestre de 2009, 750 militares do Exército e 290 da marinha.


Engenharia da paz – Outra vertente não menos importante foi a participação de militares de engenharia, que apóiam não só as tarefas da Minustah, como também a realização de obras civis como construção e reforma de pontes, escolas e hospitais. Essa atuação das tropas brasileiras permitiu reconstruir parte da infra-estrutura do país, que havia sido destruída pela guerra ou se deteriorado pela falta de investimentos.


Para comemorar a atuação brasileira no Haiti, o general Enzo participou na última sexta-feira (29), juntamente com o chefe do Estado-Maior da Defesa, almirante-de-esquadra João Afonso Prado Maia, de uma cerimônia no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília. A cerimônia marcou o Dia Internacional dos Mantenedores da Paz (Peacekeepers) das Nações Unidas. A data coincide com o desembarque do primeiro escalão precursor brasileiro, que desembarcou no Haiti em 29 de maio de 2004, com 42 homens.


A comemoração do Dia Internacional dos Mantenedores da Paz, conduzido este ano pela Marinha e sob a coordenação do Ministério da Defesa, faz referência ao dia 29 de maio de 1948, quando foi criada a primeira Missão de Paz das Nações Unidas. Mas apenas em 2003 a data passou a ser comemorada. A solenidade de sexta-feira contou com as presenças de autoridades civis e militares e representantes diplomáticos. Na ocasião, um grupamento formado por ex-integrantes de Missão de Paz, portando as tradicionais “boinas azuis” das Nações Unidas, desfilou à frente da tropa.


Segurança e crescimento – Segundo o almirante Prado Maia, a ação das tropas de paz das Nações Unidas, sob o comando do Brasil, propiciou uma mudança no panorama econômico do país, que luta contra o desemprego e a falta de perspectivas de crescimento. “Em 2007 - afirmou Prado Maia - o PIB do Haiti cresceu 3,2%. É o terceiro ano que cresce, depois de cinco anos de queda. Isso é resultado da estabilidade e segurança que a Minustah e as tropas brasileiras deram ao Haiti”, afirmou ele.


O chefe do Estado-Maior de Defesa lembra que, no início, havia um clima de muita insegurança na cidade de Porto Príncipe, a capital do país, principal área de atuação dos brasileiros. “A atuação da tropa brasileira foi muita elogiada justamente por ser forte, quando precisava ser forte, mas sabendo também realizar ações sociais”, afirmou.


“O que se vê hoje é que a população do Haiti gosta da tropa brasileira, usa camiseta da seleção brasileira, o pavilhão brasileiro costuma ser espalhado pela cidade e a nossa tropa é muito bem recebida em qualquer lugar”, disse Prado Maia.


O chefe do Estado-Maior informou ainda que existe uma proposta do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que esteve no país há um mês, com o objetivo de aperfeiçoar a participação da Companhia de Engenharia de Paz. Conforme disse, o Exército Brasileiro está desenvolvendo um projeto de hidrelétrica de 32 megawatts, que vai ser muito importante para a capital do Haiti. Porto Príncipe não possui transmissão regular de energia elétrica.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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