Israel: Uma eleição delicada

Israel elegerá na terça-feira seu trigésimo Parlamento e, possivelmente, novo governo. Contribuir para resolver o conflito israelense-palestino foi definido como uma das prioridades do governo Obama. E mais urgente, devido às demonstrações de avanço científico-tecnológico do Irã na direção de se transformar em potência atômica, sendo ameaça direta a Israel.


A lei determina eleições a cada quatro anos. O país completou 60 anos de idade e poucos governos duraram o período do mandato original. Caíram pelo voto da maioria no Parlamento. A cada eleição, o presidente consulta as lideranças partidárias para ouvi-las sobre quem tem melhores possibilidades de formar um governo. Escolher é o poder maior dele, que não governa. O indicado tem um primeiro prazo de 28 dias, extensíveis por mais 14, para formar o ministério. O fracasso implica em novas eleições.


Assim, o escolhido testa logo sua capacidade negociadora. Jamais partido algum obteve maioria absoluta. O governo é coligação de partidos que se obrigam a defender um programa mínimo comum. Partidos menores tendem a ser decisivos na balança do poder. Daí a presença de partidos religiosos. E todas as iniciativas de ministros devem ser aprovadas pela maioria deles para serem encaminhadas ao voto do Parlamento, que tem o poder do não e de derrubar o governo.

O Knesset é hebraico para designar Parlamento e significa congregação, que não implica unidade. Na democracia israelense, que não tem Constituição, a liberdade é garantida em última instância por um Judiciário independente. Para as eleições desta terça-feira, os partidos tiveram, na prática, dez dias de campanha. Suspenderam todas as atividades sectárias durante a operação militar contra o Hamas, na Faixa de Gaza.

São 34 partidos disputando 120 cadeiras. As pesquisas indicam até hoje um virtual empate entre o Likud, de centro-direita, e o Kadima, centrista. Um partido ultra-direitista, o "Nossa Casa", ganhou adeptos numa reação de parte do eleitorado à manifestação de apoio ao Hamas pelos partidos árabe-israelenses, representando cerca de 20% do total de cerca de sete milhões de habitantes do país.

O Kadima é considerado mais flexível nas negociações de paz. Israel, pequeno país, é peça importante no tabuleiro internacional de complicações.

Nahum Sirotsky

http://www.guiasaojose.com.br/novo/coluna/index_novo.asp?id=2227

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey