As autoridades da Geórgia negaram ter cometido os crimes de guerra na Ossétia do Sul revelados ontem (28) pela agência não pró-russa, BBC. Na sua reportagem BBC News transmitiu uma reportagem na qual testemunhas dos acontecimentos na Ossétia do Sul do mês passado de agosto denunciaram o uso das armas contra a população civil pelo Exército da Geórgia.
Também foram citas no mesmo sentido os membros da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW). A diretora da HRW em Moscou, Allison Gill, afirmou que a organização estava "muito preocupada com o uso indiscriminado da força pelos militares da Geórgia em Tskinvali (capital da Ossétia do Sul)".
"Nós obtivemos provas e testemunhas assistiram a ataques de foguetes e de tanques contra prédios de apartamentos, inclusive de tanques que atiraram contra porões dos prédios", disse. "Os porões, tipicamente, são os locais onde os civis buscam esconderijo para proteção", afirmou a diretora. "Então tudo isso indica que houve um uso inapropriado da força pela Geórgia contra alvos civis."
O presidente georgiano Mikhail Saakashvili , desmentiu as acusações e se mostrou disposto a contribuir a uma investigação do ocorrido. Por seu lado o ministro britânico de Assuntos Exteriores , David Miliband, qualificou como irresponsáveis as ações da Geórgia e confirmou ter exigido a Tbilissi investigar a morte dos moradores pacíficos da Ossétia do Sul. Considero que as ações da Geórgia foram irresponsáveis , cosidero que a resposta russa foi desproporcionada e incorreta, disse.
Enquanto isso, a acusação que a Geórgia usou poder fogo indiscriminado contra civis coincidiram com o anúncio da retomada das negociações entre a União Européia (UE) e a Rússia para um novo tratado político e econômico.
As negociações serão retomadas em uma cúpula no próximo mês, disse hoje o ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner. O atual tratado de parceira entre a Rússia e a UE, assinado em 1997, perdeu muito da sua relevância, por causa do crescente papel de Moscou como fornecedor de energia à Europa e à política externa mais afirmativa do país. A UE pressiona a Rússia a aceitar os termos que propôs para política energética, segurança e direito. A Rússia tem resistido.
Kouchner disse que as conversações sobre o novo acordo estão mantidas, "a menos que alguma nova circunstância apareça". "Até agora, não apareceu nenhuma nova circunstância", disse o chanceler francês, após consultas com funcionários russos em São Petersburgo. A Rússia alega que cumpriu sua parte no cessar-fogo assinado com a Geórgia e retirou as tropas do território vizinho, com exceção das províncias separatistas da Abkházia e da Ossétia do Sul.
A guerra de agosto começou quando a Geórgia lançou um ataque contra a província separatista da Ossétia do Sul, que se libertou do controle georgiano na década de 1990. As forças russas rapidamente repeliram o ataque e invadiram a Geórgia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, disse hoje que Moscou está preocupada que a Geórgia use os 4,5 bilhões que receberá da UE para reconstrução do país na remontagem do Exército. De que crise economica se trata se EU investe tal dinheiro?