Sabedoria romana

Fahed Daher


Estas palavras foram proferidas há mais de 2000 anos, mas se aplicam "in totum" ao Brasil de hoje. "Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado.


E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. “Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo, oculto na noite para demolir as fundações da nação infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe”. (Discurso de Cícero, tribuno romano, 42 a.C.)


A saudade é sentimento de falta enquanto a memória, alem de gerar a saudade é também, elemento de rememoração para aprendizado que nos previne de acontecimentos imediatos ou nos indica o caminho para novas atitudes positivas de realizações ou combates defensivos.


A história da humanidade está cheia de exemplos e de ensinamentos que deveriam ser ministradas obrigatoriamente a todos os que possuindo sabedoria possam aproveita-las na função de governar e nenhum candidato poderia se confirmar numa candidatura sem conhecimento do que passaram civilizações ou estão passando outras civilizações, alem de conhecer constituições e regimentos.


O traidor a que se refere Cícero é, nos dias atuais ou são nos dias atuais, estes que assumem postos para serem responsáveis pelo bom destino do Brasil e, mascarados de parlamentares, ministros ou juizes ou executivos, não cumprem com as obrigações a que se propõe ou que se lhes propõe, daí no aproveitamento das benesses do estado traem este estado nas várias atitudes de não cumprimento das obrigações ou no abuso do aproveitamento das regalias, protegidos pelas boas amizades ou protegidos pela cumplicidade dos interesses escusos comuns, ou mesmo protegidos por leis criadas em corporativismo que impedem o julgamento das suas atitudes.


Os noticiários diários da imprensa nos apresentam vergonhas de comportamentos de parlamentares e mesmo de atitudes da presidência defendendo acusados, seus correligionários ou partidários, solidificando o crime de lesa pátria quando deveria encaminhar cada caso para a função específica do judiciário com seus órgãos auxiliares de investigação fortalecidos pelo governo que deve ser sempre incorruptível.


“Uma nação não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma” e quando acontece estar o traídos dentro de si mesma, alerta como deve sempre estar, nenhum traídos conseguirá penetrar sem ser flagrado donde este possível traidor é aquele já vivendo no seu interior e corrompendo diversas estruturas corroe o que é sagrado impedindo o bom desenvolvimento social, político, econômico e mesmo a soberania da nação.


Como se livrar de situações tais? Enquanto os mesmos elementos comprometidos com a corrupção permanecem no poder e as leis criadas por eles mesmos os mantêm em seus postos, nada é possível fazer a menos que haja revolução popular ou das forças armadas.


A revolução popular, na dos plebiscitos que devolvem aos eleitores a dignidade constitucional de que “todo poder emana do povo” e, ai sim, em seu nome conserva ou substitui os ocupantes dos cargos governamentais, mesmo antes do prazo que em princípio lhes foi conferido, no julgamento de puni-los ou absolve-los.


Elimine-se o foro privilegiado, entregue-se ao executivo a função de executar e não de legislar. Conserve-se o legislativo na função de legislar e não de julgar e não de fazer a suposta assistência social ou peregrinações eleitoreiras. Se entregue ao judiciário a sua função mais nobre que é a da justiça, auxiliada pelas investigações julgue e puna os faltosos, eliminando o que nos diz Cícero, o romano, os traidores de dentro de si mesmo.

Fahed Daher

Original em http://www.guiasaojose.com.br/novo/coluna/index_novo.asp?id=868

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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