O presidente em exercício de Cuba, Raúl Castro acredita que o país sofre de "excesso de proibições e medidas legais", e afirmou que os recursos têm que estar nas mãos de quem possa produzir com eficiência.
"Concordamos com os alertas sobre o excesso de proibições e medidas legais, que causam mais dano que benefício", afirmou Raúl Castro. no seu discurso na sessão do Parlamento esta sexta-feira (28).
Ele acrescentou que muitas normas "foram superadas pela vida" e admitiu que "por trás de cada proibição incorreta, surge um bom número de ilegalidades".Raúl Castro afirmou, além disso, que o governo vem avançando nos estudos e "continuará atuando com a rapidez que as circunstâncias permitirem para que a terra e os recursos estejam nas mãos dos que sejam capazes de produzir com eficiência".
O presidente em exercício comentou mais de 1,3 milhão de queixas apresentadas em 215.687 debates entre setembro e outubro, com a participação de 5 milhões de cubanos, e ressaltou a necessidade de realizar reformas estruturais. "O principal e decisivo propósito deste grande esforço foi a busca das melhores soluções ao alcance das possibilidades econômicas do país. Como disse recentemente, ninguém aqui é mago nem pode tirar recursos do chapéu", disse Raúl Castro.
Ele acrescentou que "é preciso tempo para estudar, organizar e planejar como alcançar os objetivos propostos, a partir das prioridades estabelecidas, com a maior qualidade e eficiência".
"Todos queríamos ir mais rápido, mas nem sempre é possível", confessou.
O presidente cubano, Fidel Castro, que se recupera de uma grave doença desde 31 de julho do ano passado, apoiou o discurso do seu irmão mais novo e também ministro das Forças Armadas. Ele enviou uma mensagem aos deputados, que foi lida antes do começo da sessão.
"Li o discurso breve e concreto elaborado por Raúl.
É necessário continuar avançando sem parar um minuto. Levantarei minha mão junto à dos senhores para apoiá-lo", disse Fidel Castro. Raúl Castro afirmou ainda que a solução para muitas dificuldades passa por "elevar a eficiência dos processos investidores"; que o problema da moeda requer "estudos profundos"; e que Cuba precisa "defender a credibilidade diante dos credores e garantir os recursos necessários para os investimentos".
O discurso também ressaltou a necessidade de "eliminar a nociva tendência ao triunfalismo e à complacência", de "forjar o consenso para determinar a forma mais racional e conveniente" na aplicação das propostas da população. Para Raúl, os dirigentes criam um ambiente para que "os demais se expressem com absoluta liberdade".
Denunciou a "agressividade" e as tentativas "desesperadas" dos Estados Unidos para "desestabilizar" o regime cubano pela "recrudescência da guerra económica", por exemplo, prevenindo que Cuba "leva muito a sério cada ameaça" por parte de Washington.
O presidente interino opinou que nem todos os problemas se devem a deficiências internas. Ele citou o aumento dos preços de combustíveis e do petróleo, assim como os efeitos do bloqueio econômico dos Estados Unidos.
Além disso, chamou os "cubanos de hoje e amanhã" a fortalecer a revolução a cada dia mais. "Seria suicida não atuar assim diante de uma administração americana que tem aumentado sua agressividade contra Cuba", disse, segundo a agência Efe.
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