Onde estão as armas de destruição em massa
Com gastos militares que atingiram 478,2 bilhões de dólares em 2005, ou 48% do total mundial, os Estados Unidos estão no topo das nações que mais gastam com o chamado setor militar. Para se ter uma idéia do que isso representa, os gastos de Reino Unido, França, Japão e China, os quatro países mais militarizados, exceto os EUA, somaram juntos modestos 177,5 bilhões de dólares.
Com gastos militares que atingiram 478,2 bilhões de dólares em 2005, ou 48% do total mundial, os Estados Unidos estão no topo das nações que mais gastam com o chamado setor militar. Para se ter uma idéia do que isso representa, os gastos de Reino Unido, França, Japão e China, os quatro países mais militarizados, exceto os EUA, somaram juntos modestos 177,5 bilhões de dólares.
Esses números fazem parte de um levantamento realizado pelo SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute), que aponta também para a crescente e alarmante terceirização das atividades relacionadas à guerra e aos assuntos de segurança, principalmente nos EUA.
Não é por acaso que nesses quase quatro anos de invasão e ocupação do Iraque o número oficial de baixas norte-americanas é relativamente baixo, apenas 3000 soldados. É que os terceirizados não aparecem nas estatísticas oficiais, afinal, não são responsabilidade do governo dos EUA, mas sim de suas empresas, as contractors. Evidentemente não queremos aqui esquecer das dezenas de milhares de iraquianos mortos na guerra de resistência contra os invasores imperialistas e seus lacaios, nem tampouco nos conflitos étnicos incentivados artificialmente pelos norte-americanos, com a apoio do governo fantoche instalado em Bagdá.
A selvageria e agressividade do imperialismo estadunidense contra os povos dos países dominados, como demonstrado pelas dezenas de guerras de rapina que ele promoveu ao longo do século XX e nesses começos de século XXI que presenciamos, têm sido amparadas por um formidável arsenal nuclear, usado para chantagem, persuasão e intimidação.
Como mostra levantamento recentemente publicado no Boletim dos Cientistas Atômicos, a maior concentração de armas de destruição em massa, neste caso as nucleares, encontra-se em território norte-americano, ou está localizada em bases dos EUA em países da OTAN. Os cientistas norte-americanos, concretamente, fizeram esta importante denúncia, baseada em fatos e pesquisas, sobre o potencial destruidor dessa imensa quantidade de armas nucleares em poder dos EUA. Cabe ao proletariado e aos povos do mundo, organizados e guiados por uma linha política justa, revolucionária, avançar na luta para derrotar o imperialismo, colocando um fim na barbárie, nas guerras de rapina, acabar com a exploração capitalista, construir o socialismo e assim impedir a destruição do planeta.
Traduzimos a matéria a seguir, que é um resumo do levantamento publicado no Bulletin of Atomic Scientists, e contém os principais dados sobre o arsenal nuclear norte-americano.
A ameaça recente de um ataque nuclear de Israel contra o Irã, com o apoio dos EUA, traz à tona a questão do arsenal nuclear israelense, cuja existência nunca foi assumida pelos governos sionistas.
Nesse sentido, indicamos a leitura das matérias "Israel lançou uma bomba radioativa no Líbano" e Israel planeja um ataque nuclear contra o Irã publicadas neste sítio.
Onde estão as bombas, 2006
A edição de novembro/dezembro de 2006 do Boletim dos Cientistas Atômicos (Bulletin of the Atomic Scientists
http://www.thebulletin.org/article_nn.php?art_ofn=nd06norris) traz um artigo que mostra que os Estados Unidos armazenam suas quase 10 mil ogivas nucleares em 18 localidades de 12 estados e seis paises europeus.
Os autores do artigo, Hans M. Kristensen da Federação de Cientistas Americanos (FAS) e Robert S. Norris do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC), identificaram as localizações prováveis das armas nucleares através do cruzamento de informações de anos de monitoramento de documentos desclassificados [públicos], declarações oficiais, relatórios, vazamentos de informações, conversas com oficiais da ativa e da reserva, e fotos comerciais de satélite de alta resolução.
De acordo com o artigo, a maior concentração de ogivas nucleares encontra-se na Instalação de Armas Estratégicas do Pacífico em Bangor, estado de Washington. Ali estão localizadas mais de 2.300 ogivas provavelmente a maior concentração de armas nucleares num único lugar em todo o mundo. Cerca de metade dessas ogivas é composta de mísseis balísticos submarinos em ação no oceano Pacífico.
Cerca de 1.700 ogivas estão espalhadas em mísseis balísticos submarinos classe Ohio que operam nos oceanos Pacífico e Atlântico, e aproximadamente 400 ogivas estão em oito bases em seis paises europeus Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda, Turquia e Grã-Bretanha (para maiores informações sobre ogivas norte-americanas na Europa, acesse http://www.nukestrat.com/us/afn/nato.htm). Os Estados Unidos são o único Estado nuclear que mantém armas nucleares em paises estrangeiros.
O crescimento das localidades de armazenamento nuclear dos EUA diminuiu consideravelmente nadécada passada em comparação com o períodoentre 1992 e 1997, quando o Pentágono removeuarmas nucleares de 10 estados e numerosas bases européias. Ao longo da década passada, os Estados Unidos removeram armas nucleares de três estados Califórnia, Virgínia e Dakota do Sul, e de um país europeu Grécia.
O artigo mostra que mais de 2/3 de todas as ogivas nucleares dos EUA estão ainda armazenadas em bases para mísseis balísticos e bombardeiros, ainda que a Guerra Fria tenha terminado há mais de 16 anos. Mais de 2.000 dessas ogivas estão em prontidão para lançamento. Somente 28 % das ogivas norte-americanas foram transferidas para instalações de armazenamento separadas. A maior destas, um abrigo subterrâneo na Base Aérea de Kirtland em Albuquerque, Novo México, armazena mais de 1.900 ogivas.
As dez localidades norte-americanas que atualmente mantêm armas nucleares são: a Instalação para Armas Estratégicas do Pacífico, Bangor, Washington; Base Aérea de Nellis, Nevada; Base Aérea de Warren, Wyoming; Base Aérea de Kirtland, Novo México; Base Aérea de Malmstrom, Montana; Base Aérea de Minot, Dakota do Norte; Planta Pantex, Texas; Base Aérea de Barksdale, Louisiana; Base Aérea de Whiteman, Missouri; e a Instalação para Armas Estratégicas do Atlântico, em Kings Bay, Geórgia
Fazendo uma viagem nuclear pelo Google
Baseados nas informações do artigo do Boletim, a Federação de Cientistas Americanos (FAS) e o Conselho Nacional para a Defesa dos Recursos Naturais (NRDC) criaram uma viagem virtual com imagens de satélite das 18 instalações de armazenamento de armas nucleares nos EUA e na Europa. Para fazer a viagem, é preciso ter o GoogleEarth instalado em seu computador. (GoogleEarth pode ser baixado gratuitamente em http://earth.google.com/) Uma vez instalado, clique no link após o mapa para começar. Quando o GoogleEarth terminar de carregar, procure a caixa "Where the Bombs are, 2006" na janela "Places" à esquerda para ativar as localizações, e clique uma vez numa localização para ter um sumário das armas nucleares armazenadas na base. Clique duas vezes para ampliar as instalações.
http://www.fas.org/blog/ssp/images/NotebookGoogle.kmz
O governo dos EUA se recusa a divulgar onde armazena as armas nucleares, mas os pesquisadores são enfáticos em afirmar que todas as localidades são conhecidas há anos por armazenar armas nucleares. A segurança das armas nucleares é determinada não pelo conhecimento de sua localização, mas pela proteção militar física das instalações e para que as armas não possam ser detonadas por pessoal não-autorizado.
Onde estão as bombas?
De acordo com o relatório Global nuclear stockpiles, 1945-2006 (Estoques nucleares globais, 1945-2006), elaborado pelos mesmos autores do artigo acima, e disponível em http://www.thebulletin.org/article_nn.php?art_ofn=ja06norris, a distribuição das armas nucleares no mundo é atualmente a seguinte:
EUA aproximadamente 10.000 ogivas, das quais mais de 5.000 operacionais;
Rússia aproximadamente 5.000 ogivas operacionais;
França cerca de 350 ogivas operacionais;
Grã-Bretanha - cerca de 200 ogivas operacionais;
China aproximadamente 200 ogivas operacionais;
Índia e Paquistão cerca de 110 ogivas operacionais, considerados os dois arsenais;
Israel [*] entre 100 e 190 ogivas operacionais, apesar das negativas do governo Sionista;
Coréia do Norte cerca de 10 ogivas operacionais;
O original encontra-se em
http://www.fas.org/blog/ssp/2006/11/new_article_where_the_bombs_ar.php
[*] Outras fontes estimam que Israel possui entre 200 e 500 ogivas, além de um sofisticado sistema de lançamento. Para saber mais sobre o programa nuclear israelense, indicamos o artigo de John Steinbach Israeli Weapons of Mass Destruction, A Threat to Peace: Israel's Nuclear Arsenal, disponível em
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=viewArticle&code=STE20070107&articleId=4365
Traduzido para o CeCAC por M.H.
Este artigo encontra-se em www.cecac.org.br
Nossos agradecimentos a Antonov
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