Em um fórum organizado pela revista Elle e batizado de "O que Querem as Mulheres", ao qual compareceram oito presidenciáveis franceses, Ségolène Royal, candidata à presidência francesa pelo Partido Socialista, contou ter sido alvo de preconceito pelo fato de ser mulher. Tanto ela quanto seu maior rival dela na disputa, o direitista Nicolas Sarkozy, afirmaram que as mulheres compartilham dos mesmos objetivos dos eleitores do sexo masculino e chamaram atenção para o problema da discriminação no país não apenas contra as mulheres.
O evento, em que os candidatos apresentaram suas opiniões sobre vários assuntos, entre os quais educação e prostituição, foi considerado por analistas como uma boa oportunidade para Ségolène reverter o aumento da vantagem de Sarkozy observado nas últimas pesquisas de intenção de voto. "A luta das mulheres na França não chegou ao fim", afirmou Royal. "Mas chegou a hora das mulheres, e eu espero que os franceses tenham a coragem de fazer essa escolha audaz na eleição presidencial". O primeiro turno da eleição acontece no dia 22 de abril; o segundo, em 6 de maio.
Entretanto mais de 30.000 pessoas, entre as quais famosos como as atrizes Catherine Deneuve e Agnès Jaoui, assinaram nesta semana uma petição na internet para denunciar o que descreveram como uma campanha misógina dirigida contra a candidata socialista. "Tudo o que dizem sobre ela, sobre a voz dela, o cabelo dela, os brincos dela, a forma como ela fala, os tropeços dela, a teimosia dela, o sentimento de compaixão e a dureza dela, tudo isso é dito para deslegitimá-la", critica o documento
A disputa se acirra com a proximidade do pleito, para o qual Sarkozy é o favorito segundo as pesquisas. No debate, o político perguntou: "O que querem as mulheres? Como todo o povo francês, elas querem a liberdade de escolha". "Como todo mundo, há momentos em que desejam trabalhar mais, e momentos quando desejam trabalhar menos. Elas não querem ser obrigadas a fazer apenas uma coisa", afirmou.
Apesar do destaque de Ségolène na corrida eleitoral francesa, as mulheres costumam desempenhar um papel mais discreto na vida pública da França. De acordo com dados apresentados pelo União Interparlamentar, apenas 12,2% dos parlamentares do país são mulheres, o que o coloca em 84º lugar em um ranking mundial com 135 nações, atrás de quase todos os seus parceiros da União Européia (UE). No mundo dos negócios, apenas uma mulher comanda uma empresa francesa de ponta, e ela é norte-americana .
Fonte Veja OnLine
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter