Um jovem, de 17 anos, de origem turca, que foi detido na noite deste sábado (20) sob suspeita de ter assassinado o jornalista armênio Hrant Dink, confessou o crime. A confissão foi anunciada pelo promotor Ahmet Cokcinar.
Ogün Samast foi detido em uma parada de ônibus, quando tentava viajar à cidade turca de Trabzon, onde vive. Samast disse aos investigadores que atirou em Hrant Dink porque ele insultou os turcos, informou neste domingo a CNN Turquia. "Li na Internet que ele (Dink) disse 'eu sou da Turquia, mas o sangue turco é sujo' e decidi matá-lo... Não me arrependo", afirmou Samast,
A polícia turca havia identificado o suspeito do crime com base em informação fornecida pelo pai do acusado, segundo noticiou o canal NTV. Dink era editor da publicação semanal bilíngüe Agos, escrita em turco e armênio. Ele foi baleado em plena luz do dia na sexta-feira (19), quando saía de seu escritório, em Istambul, capital da Turquia.
Os jornais criticaram o governo por não proteger Dink, que vinha recebendo ameaças. Disseram que o racismo e o nacionalismo, que estão crescendo com a aproximação das eleições de maio e novembro, são, em última análise, os culpados pela morte.
Dink, de 52 anos, era cristão e descendente de armênios. Ele era freqüentemente criticado pelos nacionalistas turcos, inclusive políticos e promotores, por afirmar que a matança de armênios pelos turcos otomanos, durante a Primeira Guerra Mundial, foi um genocídio.
Os nacionalistas consideram essas afirmações uma ameaça à unidade nacional. O governo da Turquia, predominantemente muçulmano, nega um genocídio, e afirma que tanto armênios cristãos como turcos muçulmanos morreram em grande número na fase final do Império Otomano.
Com Agência Estado e Reuters
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