O presidente, Vladimir Putin, chegou em visita de trabalho de dois dias à Alemanha . O tema central das conversações é a ampliação das relações.
Ontem na entrevista coletiva conjunta com a primeira-ministra, Angela Merkel , a primeira pergunta foi sobre a morte de Politkovskaya.
"O assassinato de Politkovskaya danifica mais o poder na Rússia e na Chechênia que os artigos críticos que escreveu", declarou o presidente, que em seguida acrescentou que os autores deste "crime inaceitável" serão "perseguidos e castigados".
Putin admitiu que Politkovskaya foi uma jornalista que criticou muito o Kremlim, mas assegurou que "o grau de sua influência era insignificante na vida política" do país, pois seus artigos só tinham relevância em um setor "reduzido" da sociedade.
O presidente russo destacou: "O assassinato desta mulher, desta mãe, é dirigido contra nosso país".
Falando sobre a cooperação energética Putin disse, que a Alemanha como o consumidor de gás russo, pode tornar-se um importante centro europeu de sua distribuição. Putin lembrou que agora a Alemanha é o principal consumidor final de gás russo na Europa, recebendo anualmente até 40 bilhões de metros cúbicos. Os projetos de construção do Gasoduro Norte-Europeu e exploração da jazida Chtokmanovskoie, no mar de Barents, pela companhia russa Gazprom objetivam ampliar esta cooperação.
Em seguida, Vladimir Putin disse: Se a partir dessa jazida reorientamos uma parte dos recursos para a Europa, nomeadamente para a Alemanha, significará que ela passará a recer quase 50 a 55 bilhões de metros cúbicos de gás adicionais. Quer isso dizer que de sua condição de simples consumidor a Alemanha se transofrmará em importante centro europeu de distribuição de gás russo".
Em troca, a Alemanha contribuirá para a criação de uma "área energética comum" e a sincronização dos sistemas energéticos da Rússia e da União Europeia.
Vladimir Putin poderá também propor a gigantes industriais alemães - Siemens, RWE e E.ON - que participem na integração dos sistemas energéticos russos nos da UE. Isto é de extrema importância para a Alemanha, visto que este país pretende, até 2018, encerrar a exploração do carvão e várias centrais nucleares, o que irá exigir o aumento dos fornecimentos de gás russo.
Merkel disse compreender os interesses da Rússia de querer tirar o máximo proveito de seu potencial, mas ressaltou que isso deve acontecer sobre "o fundamento dos mesmos princípios".
Com isso, ela se referiu à recusa da Rússia de ratificar a Carta da Energia, por meio da qual a União Européia (UE) prentende obter garantias dos países produtores em matéria de acesso e distribuição, tema que Merkel voltou a abordar hoje, lembrando Putin da relevância deste assunto.
Na coletiva de imprensa foram também abordados alguns assuntos internacionais. Angela Merkel mostrou-se preocupada com o ensaio nuclear na Coréia do Norte e apontou a necessidade de obstar à proliferação das armas nucleares.
Segundo a primeira-ministra, a continuação das conversações com o Irã serve o mesmo propósito. Putin concordou com as afirmações de Merkel, mas foi relutante em afirmar se sanções contra a Coréia do Norte devem ser aplicadas.
"Precisamos mover de conversas sobre ultimatos e sanções para a visão da lei internacional prevalecendo em questões internacionais", disse Putin.
"Enquanto (os transgressores) continuarem a sentir que estão sendo discriminados, ou pensarem que sua segurança está sendo violada, eles continuarão a agir dessa forma, disse o presidente russo."
Pravda.ru
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