Darfur coloca União Africana em foco

A força de 7.000 soldados da União Africana não vai continuar em Darfur depois do Presidente do Sudão, Omar al-Bashir, ter declarado que quer que a força saia do país no final do seu mandato no fim de Setembro, para ser substituído pelo Exército Sudanês. O Governo de Cartum continua a recusar o envio de uma força de manutenção de paz da ONU.

Foi a própria União Africana que declarou na constituição da sua força de manutenção de paz no Sudão que não tinha recursos para manter a missão além do fim de Setembro, declaração utilizada agora por Cartum, ansioso para que a autoridade da capital sobre todo o território nacional seja bem visível, e razão pela qual recusou a aceitar a missão da ONU, alegando questões de “soberania nacional”.

De facto, a União Africana não escolheu o Sudão e seu Presidente para a Presidência de aquele organismo (preferindo o Presidente do Congo, Denis Sassou-Nguesso), precisamente por causa da questão de Darfur.

Há quatro anos, o Governo de Cartum armou os Janjaweed, árabes representando a maioria étnica no norte do país, utilizando-os contra os três grupos rebeldes em Darfur (negros) que reclamavam maior autonomia baseado nos recursos naturais da região (petróleo). Recorda-se a utilização pelo Governo dos Murahleen na supressão dos rebeldes no sul do país nos anos 90.

Centenas de milhares de pessoas perderam a vida e entre dois e três milhões perderam seus lares durante o conflito.

Timofei BYELO

PRAVDA.Ru

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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