Santiago «Vasco» Ostolaza – Nome, sobrenome e apelido campeões da Libertadores 1988 joga herdeiro na grama

Santiago «Vasco» Ostolaza, integrante da última seleção uruguaia Campeã Sul-Americana Juvenil 1981, do último time uruguaio Campeão da Libertadores e Intercontinental 1988 (Nacional), primeiro jogador uruguaio da gema fura-malhas em Wembley e participou da Taça do Mundo Itália 1990. Ele compartilha os segredos dos sucessos e apresenta o filho no Racing Club de Montevideo 2010.

PRAVDA: Compartilhe o sentimento daquele último sucesso Sul-Americano com a camisa uruguaia juvenil no Equador 1981. Lembre alguns daqueles rivais brasileiros e argentinos.

VASCO: Super satisfeito por ter conquistado mais um título para o meu país levando em consideração que trata-se do último até hoje mas temos que continuar acreditando no futebol uruguaio que fora ficar envolvido em situações difíceis consegue objetivos. Nesse instante a turma que tinha-se formado foi importante sob chefia de um treinador como o Gutiérrez Ponce e com jogadores de muita valia como o Enzo Francescoli e centroavante Jorge Da Silva. Quanto tinha a ver com os nossos rivais, os brasileiros eram jogadores muito bons e no caso da Argentina que alcançou a final conosco, o zagueiro Oscar Ruggeri foi um dos mais famosos no decorrer do tempo nem só vestindo a camisa de jogador senão com o uniforme de treinador.

P: Tua carreira acabou com mais um privilégio, ter conquistado o primeiro gol vestindo a camisa uruguaia no Estádio de Wembley.

VASCO: Alegria imensa para mim, pode ter certeza. Não tinha valorizado mesmo. Soube que o Alberto Pedro Spencer com a camisa uruguaia tinha marcado o primeiro gol em Wembley mas o ambiente do futebol no mínimo conhece que o Spencer nasceu no Equador. Nem sei, ter tido a possibilidade de ser parte desse palco com grandíssimo histórico para o futebol mundial, conquistar um gol e ser o primeiro uruguaio da gema que o concretiza é uma grande alegria.

P: Qual foi o Estádio do mundo que deixou sua marca nas tuas lembranças?

VASCO: Vamos ver...acho que o Maracanã lotado o dia da final da Copa América 1989, o jogo Brasil x Uruguai. Sem dúvida, o Maracanã lotado foi marcante para mim pelo conteúdo da própria partida mas acrescentando a efervescência que houve naquele estádio com lotação no eixo das 180 – 200 mil pessoas.

P: Quanto tem a ver com o meu paladar, foste um herói na própria torcida do Nacional mas com antecedência houve uma partida só que jogou com a camisa do Peñarol perante o Nacional. Nem esse fato acabou estragando a imagem do Vasco com herói dos tricolores uruguaios?

VASCO: Da para salientar que nesse caso não foi decisão da gente. Aliás, foi decidido pelas Diretorias dos clubes Bella Vista e Peñarol de olho num «torneio» montado entre os grandões uruguaios com oito jogos «clássicos». Nesse torneio jogado pelo Nacional – Peñarol, Peñarol – Nacional foram convidados um jogador uruguaio e um outro estrangeiro a cada clássico. Nesse momento, o treinador do Peñarol, Dom Roque Gastón Máspoli (goleiro titular uruguaio no Maracanaço 1950), pede para a Diretoria do Peñarol que eu fosse a escolha uruguaia e acabei sendo convidado. Por incrível que pareça, passou mais um ano e mesmo com o interesse do Peñarol, o Nacional comprou meu passe. A Diretoria do Bella Vista conversou do assunto com as Diretorias do Peñarol e do Nacional acertando logo com o Nacional. Fica claro que nessa época os passes tratavam-se entre Diretorias e eu só fiquei á par na hora que ligaram para mim confirmando que Bella Vista tinha vendido meu passe para o Nacional.

P: Percebe mesmo que a torcida do Nacional te adora e o resto das torcidas uruguaias respeitam você demais?

VASCO: Percebo mesmo até hoje que o pessoal na rua ainda se lembra de meu agir no gramado fora que passaram muitos anos. Felizmente há muitas lembranças da minha tarefa vestindo a camisa do Nacional, da minha carreira como futebolista que levando em consideração que foi ir para o batente a cada dia, como uma profissão, tentei sempre que fosse acima dos trilhos.

P: Nos lembrando daquele Nacional 1988, o que exprime Hugo De León que a torcida adora ele mesmo?

VASCO: Acho que Hugo foi muito importante para todos nós naquele instante. Isso aí. líder e tanto dessa turma. Um cara com grandíssima experiência que já tinha agüentado esse tipo de jogos, encerramentos, e nós tentamos ficar de mãos dadas com ele pois tínhamos muita confiança no seu agir Nem só pela liderança que ele tinha senão pela valia como futebolista pois na hora de receber a bola, o destino que ele lhe dava era o melhor para o time.

P: O que mais lembra daquele jogo incrível na Final Intercontinental em Tóquio perante o PSV Eihndoven da Holanda? Tua cabeçada após o último escanteio no tempo suplementar, entrou mesmo ou comemorou tentando influenciar a decisão do árbitro?

VASCO: Acho que o mais importante foi ter arvorado o caneco de campeão. Um jogo extremamente difícil pois o rival era uma seleção do mundo, integrada por jogadores das seleções da Dinamarca, da Bélgica, do próprio Brasil com o Romário como representante e para nós foi muito importante pois onze uruguaios conseguimos vencer nesse jogo que foi difícil mesmo. Os que lembramos aquela partida, não esquecemos que foram 120 minutos complicados e logo acabáramos obtendo nosso objetivo na definição nos pênaltis que foi terrível. Chutei o nono na série, encerrando favorável para nós o Toni Gómez. Quanto á cabeçada que acabei dando e conquistando o gol do empate no final do jogo, juro que assim que concretizei a tal cabeçada, acabei caindo no gramado e de olho longe da cidadela. Só alcancei olhar o Daniel Felipe Reveléz, o «zorro» que bracejava olhando para o céu e acompanhei essa atitude começando comemorar, acho que tentando influenciar o árbitro.

P: Chegaram nessa final logo ter vencido na Final da Taça Libertadores o Newell´s Old Boys da Argentina com vários jogadores que começavam brilhar como destaques no mundo.

VASCO: O Newell´s foi um grande time como uma escola de futebol do Giudica, ao meu ver um grandíssimo treinador, com grandes jogadores, em alguns casos muitos novinhos como o caso do Gabriel Omar Batistuta que foi quase sua estréia internacional., que mais logo teve uma carreira maravilhosa. De nosso lado, desenvolvêramos uma grandíssima atitude, com um esquema de jogo ótimo no primeiro jogo final como visitante trazendo apenas uma desvantagem de 0 – 1 de olho na última final no Estádio Centenario de Montevidéu lotado.A nossa tarefa acabou sendo muito boa conquistando a Taça Libertadores 1988.

P: Quando pendurou as chuteiras? Time? Data?

VASCO: Foi em 2000 no Montevideo Wanderers e muito feliz por ter ganho o caneco de Campeão na Segunda Divisão do futebol uruguaio. Agradeço ter tido essa chance como despedida. Lembro ao treinador o Daniel Carreño, grande apoio para mim, também me lembro da Diretoria do time pois reconheço que Dom Walter Devoto, o Presidente nessa data foi importante para atingir o nosso alvo. Naquela oportunidade o Wanderers alcançou a Primeira Divisão que manteve até hoje.

P: A estréia do «Vasco»?

VASCO: Em Dolores , Departamento de Soriano no qual eu nasci, foi sendo criança no time San Luis, logo na Primeira Divisão no Bella Vista da cidade de Dolores, o time do meu bairro até que tendo completado 16 anos e meio, cheguei no Bella Vista de Montevidéu, agradecido ao Sebastián Bauzá que era o Presidente do time alvi-amarelo e pai do atual Presidente da Associação Uruguaia de Futebol, homônimo do pai. Embora, ao Sergio Markarián, que é famoso hoje e naquela data encontrou qualidade na gente qualidade e acreditou. Foi um grande treinador para mim mas fora isso tive muitos grandes treinadores e tirei benefício da valia de todos eles. Por enquanto, Markarián foi extremamente marcante pois ele acreditou no meu estilo de jogo tendo apenas 16 anos.

P: Jogou a Copa América 1989 no Brasil tendo dois confrontos contra a Argentina do Diego Maradona. O que foi Maradona como jogador? Agora com o uniforme de treinador?

VASCO: Na fase de jogador, infelizmente não tive o privilégio de ter jogado perante o Pelé que é sempre a referência junto com o Maradona mas quanto tem a ver com o Maradona era um futebolista diferente fora que naquela data tínhamos muitos grandes jogadores no Brasil como o Bebeto, estive na outra beira do Raí, o Romário; na Colômbia o «Pibe» Valderrama, no Paraguai a qualidade do Romerito. Todos eles foram grandes jogadores mas da para salientar que o Maradona foi um jogador diferentes mesmo e parecia ter grudada a bola no corpo. Foi uito difícil ficar com a bola na hora que ela propriedade dele. Parecia ter um imã no corpo.

P: Em um dos confrontos com o Maradona naquele torneio, houve um chute incrível além da metade do campo que fez uma parábola machucando o travessão do goleiro uruguaio Zeoli? Naquele instante tinha ficado pertinho do Maradona?

VASCO: Estive do lado dele. Fiquei do lado mas não conseguia fazer nada para impedir aquele agir e foi uma dessas situações que ficam como lembrança permanente pois movimentou-se tão rápido assim e com extrema precisão nenhum de nós conseguíramos marcá-lo e resolver o assunto.

P: O que pode acontecer com o Maradona treinador na África do Sul 2010? Argentina tem chance?

VASCO: Na fase como treinador acho que vai da um jeito encaminhando a turma argentina muito bem, ele vai dirigir muito bem esse tal carro conseguindo uma vaga interessante na Taça do Mundo. Ninguém sabe até quando poderia escalar a seleção argentina mas tem destaques mesmo!!!

P: O Maestro Oscar Washington Tabarez foi o treinador daquela seleção uruguaia que você fiz parte na Itália 1990. Acha que madureceu muito nesses 20 anos para acreditar no Uruguai na África do Sul 2010 mais uma vez com o Tabarez na frente?

VASCO: Pode ter certeza disso, ele tem madurecido muito...maior experiência, confio muito no Tabarez e os treinadores aditos. De jeito específico conheço pessoalmente o Mario Rebollo pois foi companhero no time Rentistas de Montevidéu. Além disso acredito nos jogadores que fazem parte da turma, com grande responsabilidade, tentando sempre fazer tudo de jeito apropriado. Ás vezes jogando bem, umas outras nem tanto mas suando a camisa celeste.

P: Quanto tem a ver com o amor pela camisa? Ter participado da Taça do Mundo Itália 1990 foi o maior prêmio da tua carreira profissional?

VASCO: Sem dúvida nenhuma. A cimeira como profissional pois sempre tive o sonho de jogar uma Taça do Mundo e ter jogado nesse evento mundial vestindo a camisa do país que você ama que é alvo do olhar do mundo inteiro pela tevê foi demais para mim.

P: As chances da seleção uruguaia na África do Sul 2010? O que é bem-vindo segundo teu paladar. Avançar na outra fase? Dois degrauzinhos é bem melhor?

VASCO: Ultrapassar a serie seria ótimo e logo vem o mata-mata de 90 minutos e tudo pode acontecer. Primeiro passar a serie, logo acredito na seleção que pode progredir.

P: Regredindo até o Estádio de Wembley mais uma vez, Foi parte de um roteiro na prévia da Itália 1990. O que lembra daqueles jogos na Alemanha que também foi destaque?

VASCO: Foi sim. Esse roteiro foi muito importante, foi planejada pelos treinadores, o Maestro Tabarez perante timaços como as seleções da Inglaterra, da Alemanha e da Irlanda do Norte, jogos na Espanha, na própria Itália. Todo bem planejado para que a nossa seleção atingisse um degrau bem mais alto que aquele que acabamos conquistando.

P: Aquele pênalti chutado pelo Ruben Sosa que machucou o travessão do goleiro Andoni Zubizarreta da seleção espanhola foi o ponto de inflexão para encontrar um beco sem saída?

VASCO: Poderia, poderia, poderia ser o ponto de inflexão mas tenho certeza absoluta que o Ruben chutou pois foi ele que tinha condições ótimas para chutar o pênalti, o jogador com maior valia para chutar...nada deu pé. Infelizmente progredimos numa outra série mas o rival foi o anfitrião, a seleção italiana...

P: Caso o Racing de Montevidéu – www.racing.com.uy - classificar nesta Pré-Libertadores perante os colombianos do Junior de Barranquilha, está imaginando viajar com o filhote e o time rumo á Sampa para o primeiro jogo na serie com o Corinthians do primeiro século?

VASCO: Seria muito importante acompanhar á turma mas também ia ser importante primeiro que o Racing progredisse na Libertadores 2010 pois estamos gravando a reportagem com antecedência ao jogo perante o Junior em Montevidéu e caso passar a família teria que fazer aquele esforço e ficar do lado dele nesse jogo na frente do Timão levando em consideração tudo quanto é o Corinthians no ambiente do futebol mundial e agora que vai comemorar 100 anos, pode imaginar.

P: Quais são as diferenças e as semelhanças do filhote contigo galgando os gramados dos estádios?

VASCO: Estive dando uma analisada nesse assunto e acho que minha marca tinha sido bem mais agressiva mais forte. O tratamento que da na bola é bem melhor o dele quanto ao meu. Ele está com 22 anos e nessa fase da minha vida profissional, eu estava jogando a primeira Taça Libertadores. Embora, estamos equilibrados mas na técnica, ele é bem melhor do que eu.

P: Imaginou o filhote conseguindo alguns desses canecos de campeão que você conquistou?

VASCO: Puxa vida, adoraria que isso acontecesse. Seria incrível que conseguisse xerocar o títulos que eu consegui mas para isso ele sabe que precisa-se muito trabalho no dia-a-dia, ser parte de uma turma importante e se dedicando. Ás vezes ter boa sorte, isso também faz parte da história.

P: Acabou mexendo na política num Partido que o Uruguai todo sabia que não ia concorrer com o Partido no Governo. Meu parabéns pois tentou conhecendo essa realidade e olho em um país melhor sem olhar as cores.

VASCO: Meu objetivo foi esse, trabalhar á toa pelo Departamento de Soriano, só isso. Tentar fazer evoluir projetos quanto tem a ver com o esporte e focado na juventude pois sei que nessa área eu conheço. Acho que o melhor é ter poder para decidir sempre mas sempre de olho na juventude e o esporte. Porém achei que tendo me candidatado ia conseguir o propósito mas a escolha foi uma outra e tudo bem...todos procuramos o mesmo objetivo, que o pais continue evoluindo, que o pais esteja bem, que o país esteja seguro, que a população esteja feliz, que a qualidade de vida seja boa.

P: O ponto de encontro para concretizar a reportagem foi o conhecido no mundo todo, SUBWAY da Avenida 21 de Setiembre do requintado bairro de Punta Carretas que é um projeto que começaram tuas filhas com o apoio teu. Vamos divulgar que fica pertinho do hotel escolha das delegações brasileiras em Montevidéu a cada oportunidade.

VASCO: Faz uns 6 ou 7 meses que a minha filha mais velha está com este empreendimento gastronômico que tento apoiá-la e acompanhá-la e ficar do lado assim que ela estiver precisando para que seja um ambiente familiar.

P: Os nomes dos teus três filhos? Idades?

VASCO: Laura que completou 23 anos, logo na fileira vem o Santiago, o jogador de futebol do Racing Club de Montevideo com 22 e a caçula é Xochilt, nome mexicano que escolhêramos como agradecimento ao México.

P: Quais foram as camisas dos times que você vestiu na tua carreira toda?

VASCO: No Bella Vista, sete temporadas, no Nacional quatro, no Cruz Azul de México três, no Querétaro também mexicano uma, no Gimnasia y Esgrima La Plata da Argentina, meia, no Japão mais uma tendo como o rival o Zico, logo Defensor Sporting cá, no Olimpia de Assunção, mais uma no Nacional de Montevidéu tendo voltado, mais logo no Aurora de Guatemala, no Rentistas de Montevidéu, Defensor uma outra oportunidade e Montevideo Wanderers na hora de me aposentar em 2000.

P: Carreira como treinador?

VASCO: Pendurei as chuteiras como jogador e comecei aos poucos como treinador no River Plate de Montevidéu, continuei no Deportivo Maldonado, Montevideo Wanderers na Copa Libertadores em 2002, logo um time de Zacatecas na 1ª. Divisão, Nacional de Montevidéu e mais uma vez no México no time Alacranes de Duran, um time da Liga de Ascenso e faz pouco tempo no time Guerrero de Hermosillo mais uma vez no México, voltei faz dois meses e meio.

P: Deu uma de jornalista na Rádio San Salvador de Dolores como comentarista nos jogos da seleção uruguaia rumo á África do Sul 2010 sempre como anfitriões?

VASCO: Acabei dando uma de comentarista nessa rádio da minha cidade natal do lado do narrador Mateo Arnaldi.

P: Infelizmente também teve momentos desses ruins na vida? Faz quanto tempo viúvo?

VASCO: Meu par ideal foi uma mulher no decorrer de 21 anos da minha vida mas uma doença como o câncer acabou levando ela de nosso lado faz uns três anos mas tenho lembranças adoráveis, ela me deu esses filhotes, foi uma pessoa extremamente legal, um par ideal, uma mãe incrível, seu nome era Laura Teresita e faz uns três anos que não está conosco.

P: Esse panorama fez como que você e as filhas mudassem o bairro Prado pelo bairro Punta Carretas?

VASCO: Foi desse jeito assim. Houve mudanças na forma de vida e era necessário para todos nós.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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