River Plate (UY) 2 x Universidad Católica (CL) 0

Os cisandinos uruguaios acabaram vencendo os transandinos chilenos no Estádio Centenario de Montevidéu e do jeito que todos tínhamos imaginado o velinho de 78 anos ia ficar muito grande de olho na lotação que poderia levar o time do bairro Prado de Montevidéu neste primeiro jogo da Taça Nissan Sul-Americana.

Quanto tem a ver com a torcida do River Plate, destaca-se um reconhecido da música internacional como o caso do Jorge Nasser, cantante uruguaio que á partir do grupo «Níquel» no decênio de 1980, criou muita fama no ambiente local tendo exportado suas músicas para o resto da América castelhana, até conseguir “parcerias musicais” gostosas misturando sua voz com mais uma cantora argentina como é o caso da Mónica Mihanovic, reconhecida e tanto pelo mundo inteiro. Talvez a música “Candomblé da Alfândega” foi essa que marcou o início internacional do Nasser com um vídeo ótimo para sua divulgação montado no porto de Montevidéu.

Com jeito descontraído e sorridente o Jorge ficou do lado dos jogadores do River Plate nos vestiários antes da partida e logo em vaivém constante, acabou percorrendo uma faixa da Arquibancada América do lado do gramado torcendo pelo time do peito, dando uma de Batman, com a flâmula do time segurada no cangote.

Mas o importante hoje é a partida de ontem á noite, porém confira os times agora:

RIVER PLATE (Uruguai) – 12) Ernesto Hernández (guardião), 2) Pablo Tiscornia, 14) Diego Sosa, 16) Darío Flores, 4) Mauricio Prieto, 6) Juan Ramon Curbelo, 13) Jorge “Japona” Rodríguez (capitão), 7) Bruno Montelongo, 10) Jorge Zambrana, 17) Sergio Souza e 9) Fabricio Núñez.

PLANTÃO: 1) Álvaro García (guardião), 3) Walter Ibañez, 21) Nathaniel Revetria, 15) Gonzalo Porras, 23) Mario Rizotto, 22) Federico Puppo, 11 Henry Giménez.

TREINADOR: Juan Ramon Carrasco (Jota Erre) – Juan Carlos Carrasco (Plantão).

UNIVERSIDAD CATÓLICA (Chile) – 1) J. M. Buljubasich (capitão), 15) Albert Acevedo, 3) Marcos González, 13) Facundo Imboden, 5) Eros Pérez, 17) Gary Medel, 8) Jorge Ormeño, 11) Rodrigo Toloza, 10) Luis Núñez, 14) Nicolás Gianni e 19) Julio Gutiérrez.

PLANTÃO: 23) Cristopher Toselli (guardião), 2) Boris González, 7) Rodrigo Valenzuela, 21) Iván Vásquez, 9) Jeison Ibarrola, 6) Francisco Silva, 22) Jeremías Caggiano, 24) Alexis Gutiérrez.

TREINADOR: Fernando Carvallo.

ÁRBITROS: Antonio Arias.

BANDEIRAS: Manuel Bernal e Tiburcio (paraguaios).

ÁRBITRO ASISTENTE: Darío Ubríaco (Uruguai).

Desde o início de nosso trabalho para o Pravda temos dito inúmeras oportunidades que fora os dois grandões uruguaios não têm equipa uruguaia nenhuma que consiga lotar o mítico Centenario. Colocando preços de banana, o Defensor Sporting acabou vendendo uns 35 mil ingressos perante o River Plate argentina ano retrasado tentando alcançar as Semis de um torneio internacional mas isso aconteceu logo ter melhorado o jogo, subindo alguns degraus nas Taças Libertadores e Sul-Americana e conseguindo que os amadores do futebol acabassem ficando do lado, simplesmente como torcedores do futebol “charrua” que faz 20 anos persegue um caneco sul-americano, provocando o “desespero” de um futebol com história ímpar.

Quanto ao jogo de ontem, o River Plate continua com o carimbo do Jota Erre e seu «tique-tique» gostoso fora a divisa uruguaia pois ele tem certeza que é a única forma de progredir no torneio, fazer conhecer seu estilo e vender seus moleques para os futebóis mais poderosos, aliás abrindo uma porta importante para o futuro deles e do clube.

Quanto a torcida do River Plate da gema, foram as mesmas caras que se sentam nas pequenas arquibancadas do Parque Federico Omar Saroldi do Prado, na hora que o time é local no torneio uruguaio. Com uma artilharia importante de foguetes e uma gritaria tímida tentaram oferecer seu apoio desde o cimento da Preferencial.

Uns 60 chilenos ficaram cantando na arquibancada Olímpica na frente das câmaras da tevê, o mais pertinho possível do gramado e trazendo mais flâmulas do que torcedores.

O River Plate foi bem mais do que a “U” chilena no decorrer da partida e acabou obtendo uma vitória com extrema justiça. O “darsenero” uruguaio (apelido que ganhou o time tendo tido o berço na Cidade Velha de Montevidéu e extremamente envolvido com as atividades e edifícios que fazem parte da Alfândega) teve como alvo a camisa creme do guardião argentino Buljubasich os 90 minutos da partida e por enquanto os chilenos ariscaram apenas no segundo tempo na hora que o “painel eletrônico” (ainda não foi montado logo ter estragado o 23 de Agosto de 2005 após um furacão), colocava-se favorável para os uruguaios de 2 x 0.

É claro que desde que uma partida internacional fica dividida em duas metades e cada furada na rede rival jogando fora de casa é “furada dupla”, os times visitantes só vão colocar mais alguns “artilheiros” assim que duas bolas beijam sua rede do lado interior.

No primeiro tempo o goleiro uruguaio defendeu uma bola difícil só provocando um escanteio para os chilenos. O resto das chuteiras acabaram estragando a metade do campo pertencente aos chilenos até que o time do Jota Erre, desenvolvendo o típico e caro «tique-tique» acabou entrando na grande área com qualidade extrema desde o eixo central encaminhando a bola para a faixa esquerda para que o camisa 17, o baixinho Sergio Souza colocasse a bola longe do alcance do Buljubasich, assim que o painelzinho eletrônico segurado nas mãos do árbitro uruguaio Darío Ubríaco marcava um minuto de tempo suplementar.

No início da segunda metade, a “U” tentou chegar até o a linha final e quase consegue empatar o jogo. Uma perna vestida com meia da cor cinza chutou uma bola que tinha pagado pedágio para entrar na cidadela uruguaia para fora da grande área. Foi o maior sufoco para o local. Tendo “descontraído” alguns minutos (impossível jogar a partida inteira no topo) o River tentou conseguir mais um gol e “andando” o minuto 76´a experiência do guardião da “U” ficou na gaveta das lembranças pois o argentino fez aquilo que goleiro nenhum pode fazer numa partida, chutar a bola raso quase para o eixo médio da quadra aonde um rival ficava no aguardo para dar um chute enxuto que por cima do Buljubasich que voltava devagar entrava “sofrendo”.

Deste jeito assim o River Plate uruguaio entrava na história pois conseguia a primeira vitória oficial em um torneio internacional.

Duas bombas do River acabaram explodindo na pequena área da “U”e fazendo explodir os torcedores na Arquibancada América do lado da Amsterdã.

Do jeito que diz o ditado: “De grão em grão a galinha enche o papo”. O Jota Erre e seu «tique-tique» consegue engolir o primeiro grãozinho nesta Sul-Americana e agora só está faltando dar um gole de água em Chile para transportar o tal grão na barriga e continuar evoluindo com sua proposta única neste futebol uruguaio.

GÓIS: 45´- Sergio Souza (17) (RP) e 76´Jorge “Japona” Rodríguez (13) (RP).

CAMBIOS: (RP): 65´- Henry Giménez (11) x Fabricio Núñez (9).

(RP): 69¨- Mario Rizotto (23) x Bruno Montelongo (7).

(RP): 82´- Gonzalo Porras (15) x Darío Flores (16).

(UC): 46´- Jeremías Caggiano (22) x Nicolás Gianni (14).

(UC): 73´- Jeison Ibarrola (9) x Julio Gutiérrez (19).

Com a música de Jorge Nasser e o tique-tique do Jota Erre, River Plate uruguaio posiciona-se muito bem para continuar na Sul-Americana. Pelo estilo de jogo deste time que fica com o guardião rival como objetivo é muito provável dar alguma furada na rede rival, porém fazendo provável subir o primeiro degrauzinho.

Segundo o “hino” do time uruguaio: O River Plate é uma bomba que nunca perde e que sempre ganha...será que consegue confirmar a letra de olho nos torneios internacionais?

Na terça 29 de Julho de 2008 houve vazante no Estádio Centenario e foi bem mais fácil para o River Plate encontrar os saborosos moluscos chilenos que acabou engolindo-os feliz da vida.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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