Basquete - de olho no pré-olímpico Las Vegas – EUA 2007

Tendo completado 57 anos é treinador da seleção uruguaia de basquete faz quatro.

Nasceu como jogador no Montevideo Basket-Ball Club da capital uruguaia mais conhecido no ambiente como o “Vermelho do Mercado Agrícola”, num bairro que respira ar poluído “laranja” pois o caçulo da vizinhança fica contornado pelas maiores torcidas do basquete uruguaio, Aguada e Goes.

Professor do ISEF – Instituto Superior de Educação Física, visitou a Praça Vermelha de Moscou tirando benefício duma Bolsa de Estudos mas não foi ele quem aterrizou com aquele aviãozinho que foi destaque nos jornais do mundo.

Nas categorias de base vestindo a camisa do seu clube do peito acabou ganhando o apelido de “manteiga” e cada bola que ele segurou num ginásio ia ser defendida com raça ficando sua cara da mesma cor dessa camisa, “vermelha”.

Já quase “pendurando as chuteiras” foi parte do time da camisa preta do Clube Neptuno de Montevidéu do lado de dois americanos ótimos como o Boby Root e Michael Grey além do grande cestinha do basquete uruguaio Wilfredo “Fefo” Ruiz, contemporâneo do Oscar Schmidt.

Também é membro da ANEBU – Associação Nacional de Entrenadores ( Treinadores ) do Basquete Uruguaio e após o último torneio Sul-Americano em Caracas, capital venezuelana pegou o avião para México sem voltar para Montevidéu para começar uma outra fase na sua vida esportiva treinando as os “falcões” de México alcançando as Semis no torneio azteca sem grandes jogadores no time.

Na segunda 29 de maio com sensação térmica de zero graus no Cilindro Municipal de Montevidéu deram início os treinos da Seleção tentando esquentar o ambiente para o Pan Rio 2007 e o Pre-Olímpico da cidade de Las Vegas nos EUA.

O último papo mantido ao vivo com o treinador da seleção brasileira Aloísio “Lula” Ferreira aconteceu no Ginásio do clube Atenas de Montevidéu no decorrer do Sul-Americano Cadetes Sub-17 na hora que este correspondente do Pravda marcou o encontro do lado do plantão argentino.

Nessa oportunidade o Lula foi Treinador auxiliar do César Guidetti e o Alberto Espasandín acabava de voltar do México para o casamento do seu filho Nacho.

A partir de agora a reportagem do treinador uruguaio.

1 – Quando e porquê aconteceu tua viagem para a Rússia?

Cheguei em Moscovo no mês de Agosto de 1987 ficando lá até o fim de Fevereiro de 1988. Fiz um curso para treinadores de basquete no Instituto Central da Cultura Física de Moscovo, tendo ganho um bolsa de estudos da Federação Uruguaia de Basquete e o Comité Olímpico Uruguaio e com o Mihail Gorbachov como Presidente a União Soviética dava início a Perestroika.

Algumas semanas antes de nós fazer pouso em Moscovo acavaba de acontecer aquele instante marcante na história da Praça Vermelha pois um aviãozinho tinha feito pouso nela. No Uruguai a maioria da população não conhecia nada dessa União Soviética e tudo quanto falava-se ficava envolvido e tingido duma incrível cor política.

No meu caso foi uma experiência maravilhosa que foi extremamente marcante nestes últimos vinte anos da minha fase profissional além da pessoal.

Consigo me lembrar com muito carinho daqueles que foram meus professores nessa experiência, tendo como grande destaque ao Alexander Gomelski.

Também não esqueço dos tradutores e professores de algumas das matérias que acompanhamos como alunos e que foram oferecidas com grande bonomia por eles.

Esse lugarzinho paradigmático que é a Praça Vermelha marcado pelos fatos históricos do século XX atingiu a turma toda pois visitamos-na com bastante frequência.

O ida e volta constante pela cidade de Moscovo fez com que ficasse apaixonado pelo centro histórico, o Kremlin, o rio Moscovo, os parques, o Metrô com estações feitas obras de arte, pela cidade toda,…fica claro que adoraria voltar.

2 – Assistiu ao Mundial de Basquete que aconteceu em Montevideo 1967 no Cilindro Municipal ?

O quê consegue lembrar daquela Seleção Russa Vice-Campeã agora que treina “sua” Seleção uruguaia nessa quadra ?

Um jogador diferente desse torneio ?

Foste treinador pela primeira vez na vida com apenas 16 anos…nessa época dava atenção á táticas dos rivales ainda como jogador ?

Fui sim. Assisti a cada um dos jogos que aconteceram no Cilindro.

Muitos anos passaram daquele torneio mas num abrir e fechar de olhos consigo me lembrar daquela incrível União Soviética, que treinando minha memória tinha o Polivoda, Paulaskas e um gigante de 2,18 m muito magrinho que juro não lembro seu nome.

Não sou muito alto, com apenas 1,73 m, a única possibilidade que a gente tinha para entrar na quadra envolvía tudo quanto tinha a ver com meus conhecimentos táticos sendo extremamente importante para mim o convívio da profissão de treinador nas categorías de base do Montevideo BBC ou o clube Neptuno com essa de jogador adulto.

Nem só acavaba dando uma analisada no time rival sinão que a aprofundava nessa análise no decorrer da partida e segundo comentários desses jogadores, conseguindo incomodá-los bastante por causa dessas dicas que dava para os meus amigos do time tentando ajudá-los.

3 – Mais para frente no tempo nasceram outros russos famosos como os casos do Arvidas Sabonis, que alcançou a NBA, Komicius, Kurtinaitis ou Alexander Volkov.

Lembranças desses grandes jogadores ?

Uma das minhas fotos que mais aprecio é uma que tirei com Volkov assim que acabou uma partida do CSKA em Moscovo.

Os lituanos conseguiram me surpreender pela criatividade e seu jogo absolutamente diferente ao resto.

Assistimos uma grande partida do CSKA e o Zalgiris no ginásio do CSKA.

Quase do lado, tinha o Sabonis, Komicius e Kurtinaitis dum lado da quadra e o Volkov e Tachenko do outro.

Não dava para acreditar!!

Ia “participar” duma partida que na minha vida tivesse imaginado ia assistir.

O ginásio explodindo á cunha com 6 mil pessoas nas arquibancadas.

Sabonis foi um dos jogadores mais inteligantes que jogou numa quadra de basquete, porém, ele chegou até a NBA.

4 – Também é amador do futebol e torcedor do Nacional de Montevidéu.

O que lembra daquela partida que Uruguai venceu 1 x 0 da Rússia nas Quartas de México ’70 com aquele gol que provocou tantas reclamações dos russos quase no final do tempo suplementar ?

Essa que jogou no México ’70 foi a última grande seleção uruguaia numa Taça do mundo. Ficamos fora da briga pelo caneco nas Semis por conta do time Campeão, o Brasil de Pelé e não foi estranho que a base dessa seleção tinha maioria de jogadores do Nacional.

Mesmo que consigo me lembrar de cor o ponta direita, Luis Cubilla ficando com uma bola impossível acima da linha de fundo, quase propriedade do zagueiro russo, chutando um lance enxuto para que o Víctor Espárrago desse sua melhor cabeçada na vida.

Jogo extremamente difícil e sem grandes diferenças entre os times.

A Rússia foi sempre um rival muito difícil para o Uruguai, pois eram de compleixão forte, com grande defesa e condição física ímpar.

5 – Voltando ao Mundial de Basquete Montevidéu ’67, quais foram os destaques que brilharam na quadra ?

Impossível esquecer aquele time do Brasil com jogadores como o Amaury Pazos, um dos grandes jogadores que vi na minha vida, o atual treinador Hélio Rubens, Rosa Branca, Marquinhos e Ubiratán que “aposentou” logo ter jogado muitos anos.

Amaury parecia ficar andando no ar na hora que acompanhava a bola até a argola horizontal rival.

Eu já tinha começado estudar Educação Física e os meus professores colocavam ele como exemplo de coordenação única.

6 – A última grande Seleção uruguaia que participou nos Jogos Olímpicos foi essa que ergueu-se no Sul-Americano de Montevidéu 1982 que fez nascer a delegação para Los Angeles 1984.

Esses uruguaios com o Horacio “Tato” López (jogou no Franca e no Mobilgirgi de Caserta com o Oscar) na cabeça venceram na final o Brasil de Oscar, Gerson, Israel, Cadum, Carioquinha levando a verde-amarela para 65 pontos.

Foi a melhor ?

Quanto tem a ver com o Brasil, Oscar e mais quatro ?

A Seleção uruguaia Vice-Campeã no Pan-Am ericano Pre-Olímpico de Brasil, logo sexta vaga nos JJOO Los Angeles ’84 conseguiu reunir uma geração de jogadores brilhantes.

No meu ver, sem dúvida a melhor dos últimos 50 anos do basquete uruguaio mas infelizmente não conseguiu manter essa liderança no continente por muito tempo pois houveram problemas que fez com que a turma mais nunca conseguisse reunir os melhores.

Tendo participado no Mundial de Espanha 1986 começava o declínio dessa grande geração.

Brasil teve sempre grandes jogadores, na maioria das oportunidades bem mais altos que nós e até bem mais vigorosos.

Esse time foi aquele que mais quatro anos na frente venceu os EUA en Indianápolis, sua própria casa numa final histórica nos Pan desse ano com Oscar e Marcel no topo, com outros grandes jogadores que faziam sua tarefa dum jeito ótimo como o Israel e Gerson.

7 – Oscar, o melhor jogador brasileiro da história ?

Monstrava-se super humilde até tirar fotos com sua camarinha assistindo aos jogos do verdadeiro Dream Team dos EUA.

Eles sim são maravilhosos, acrescentou numa oportunidade !!

Oscar foi um grande cestinha e apaixonado pelo esporte.

Exemplo á xerocar pelo esforço, empenho e amor pelo seu Brasil.

Nunca teve como alvo alcançar a NBA mesmo tendo convites pois ele desejava ficar sempre na quadra e na NBA ninguém ia garantir que isso acontecesse.

Na hora que ficava no plantão para renovar energia, torcia pelos companheros como se fosse o últimos dos reservas.

Mas ainda guardo a imagem do Amaury Pazos, essa que é marcante mesmo pois foi na minha criancice na hora que começava assistir aos primeiros jogos de basquete.

Nunca vou me esquecer pois trataba-se dum jogador perfeito, na minha opinião o melhor.

8 – Como amador do futebol, qual foi o melhor Brasil da história ?

Aquele time de ’70 que deixou o Uruguai fora da briga no México.

Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelinho.

9 – Espanha Campeã Olímpica em Atenas 2004 com um “uruguaio” integrante desse time.

Conseguiu jogar perante o pai desse jogador na hora que foste parte do Montevideo BBC e ele do Liverpool ?

Consegui jogar com Carlos Cabezas no 1975 na hora que acabei saindo do Clube Montevideo para o Neptuno. Foi nesse ano que com apenas 19 anos o Carlos teve uma temporada espetacular e Neptuno acabou obtendo o Torneio Inverno. No meu caso apenas treinava com essa turma pois pelos estatutos da época era impossível jogar tendo que esperar um ano para concretizar esse desejo. Pedir passe não era simples por incrível que pareça !!

Ano seguinte ele foi embora para Espanha país no qual seu irmão Hugo, grande futebolista jogava como centro-avante no futebol do clube Betis, eu acho.

10 – Argentina conseguiu “apenas” uma quarta vaga em Atenas 2004 pelo arremesso do Andrés “Chapu” Nocioni num rincão da quadra que acabou saindo da argola .

Desse jeito assim é o esporte. As vezes um arremesso só, alguns milímetros ou apenas uns segundos marcam a sorte de alguém. Regredindo no tempo, lembro me da primeira medalha de Ouro Olímpica da União Soviética quando venceu aos EUA na final dos JJOO de Munique 1972 assim que tinham três segundos na frente e a bola embaixo do seu cristal.

Uma bola percorrendo vinte metros pelo ar para o Belov e houve arremesso de dois pontos que acabou com a vitória russa, um torneio, uma medalha, um ponto de inflexão na história. Porém na hora que temos que falar em triunfos ou insucessos, as vezes fico dando risada.

Você acha que a situação da Argentina em Atenas foi mesmo insucesso ?

11 – Essa seleção Argentina de Sydney 2000 foi a melhor da história ?

Com poucas mudanças aquela do Mundial que ganhou a Prata ?

Colocaram a mão no bolso na final ?

Continuo dizendo que na hora que o León Najnudel imaginou a Liga Nacional Argentina, nunca na vida poderia ter imaginado que “seu filhote” ia crescer tanto assim em apenas vinte anos e que ia ganhar os JJOO.

Nem um só desses criadores da Liga tivesse imaginado um sucesso desses mas conseguiram e no final é o mais importante.

Conseguiram reunir uma turma de jogadores incríveis que participou das fases finais dos torneios internacionais dos últimos dez anos, os Pans, Mundiais, JJOO.

Isso não acontece só por acaso. Para esses que como Argentina está no topo sempre, as vezes leva a vitória para casa e as vezes perde. Fora ter chorado essa final perante a Iugoslávia, continuaram trabalhando e progredindo, tendo mais uma chance dois anos depois.

12 – A qualidade da Liga Argentina vai fazer que a Seleção continue na liderança mundial ou na hora que a geração liderada pelo Emmanuel Ginóbili acabar tudo vai mudar ?

O ditado que repete o povo fala que não é difícil alcançar alvos, sinão se manter no topo e acho que envolve verdade alguma. Os jogadores tem um ciclo na vida esportiva, atingindo o topo mas logo vem esse declínio lógico. Se por acaso a Argentina consegue substitutos para esta geração podendo reuni-los com esta turma gradativamente, eles não vão perceber essas ausências.

Nem sempre os processos de renovação dão-se desse jeito assim mas quem poderia adivinhar quando vai começar esse tal processo de declínio de tal o qual jogador ?

13 – Foste um dos poucos treinadores que conseguiu ganhar uma partida oficial importante no histórico das partidas perante o Brasil no Brasil com um destaque como o Nico Mazzarino que foi cestinha da partida.

Como se faz para concorrer com esta grande seleção de hoje, como muitos NBA e um Leandrinho maravilhoso e melhor sexto jogador nessa Liga ?

Felizmente o Leandrinho não participou nos Pans mas mesmo assim o Brasil tem jogadores ótimos e é sempre rival difícil. Uruguai precisa que o jogo fique por conta da turma toda, com principal énfase na defesa se quisermos obter uma das cinco vagas em Las Vegas.

No Sul-Americano de Campos 2004 jogamos uma partida quase perfeita, conseguimos surpreender e tivemos um Mazzarino extraordinário com 41 pontos. Tomara possa acontecer mais uma vez á partir do 22 de agosto nos Pré-Olímpicos Las Vegas 2007.

14 – Argentina é rival mais difícil que o Brasil levando em consideração o estilo de jogo uruguaio ?

Foi sempre bem mais difícil jogar perante o Brasil. Além dos ótimos times argentinos, dando uma olhada no histórico dos jogos temos tido mais sucesso perante com a Argentina mas mesmo assim o Uruguai vai precisar aprimorar muito para conseguir alcançar as melhores seleções dos dois grandões sul-americanos.

15 – Objetivos de olho em Las Vegas 2007 ?

Regredindo alguns días, no início avançar no Pré-Olímpicos tivesse sido mais simples que no Pan Rio 2007 ?

Os dois torneios iam ser difíceis. Sempre tendo como horizonte Las Vegas as seleções vão colocar os melhores jogadores na quadra e no Rio houveram algumas misturas. No caso dos EUA teremos um rival bem mais difícil que este que representou-os no Rio.

Seja do jeito que for, é mesmo um desafío para Uruguai ganhar as partidas nestes eventos mas também é lindo imaginá-lo e até vivê-lo.

16 – Vamos compartilhar a reportagem com o Lula Ferreira, ele vai ficar no aguardo dos teus comentários.

Quais são os membros deste time que te acompanha ?

Do meu lado e trabalhando de mãos dadas temos o Gerardo Jauri e Álvaro Tito com muita experiência como jogadores da seleção uruguaia e agora como treinadores de grande capacidade.

A ajuda deles é fundamental e tentamos trabalhar com um time mesmo pois é desse jeito que temos que mostrar uma imagem para os jogadores sendo referência para eles.

Caso não montarmos um time forte é bem difícil alcançar nossos alvos.

Sob chefia do Prof. Jorge Botejara na área física temos planejado o proceso que além dessa atividade é treinador da seleção uruguaia de handebol e compartilhando as duas atividades consegue atingir um horizonte bem mais amplo burilando seu trabalho a cada instante.

A ajuda nesta área vem por conta do Prof. Santiago Espasandín (meu filho) e Santiago Alfaro que faz alguns días estava trabalhando na Espanha como Personnal Trainer do Diego Forlán tendo voltado logo para fazer parte desta turma.

Quanto ao Lula, trata-se dum grande treinador que com certeza já conhece muito bem tudo de nós, aqueles pontos fortes e os fracos, nossos movimentos, as defesas e ataques.

Então, hoje os treinadores procuramos desenvolver os fundamentos de base e estruturas para que nossos jogadores consigam veiculizá-los com inteligência levando em consideração os times que temos na frente sem mostrar automação fácil de perceber para um ótimo scouting.

17 ) Fora esses 23 anos do Esteban Batista, o NBA uruguaio, como é que ele contribue nos treinos ?

Esteban tem ums potência incrível sendo extremamente difícil para seus colegas da turma agüentá-lo no garrafão. Isso não é bom para ele pois nos confrontos internacionais os jogadores na frente são outros tendo que resolver situaçõeo mais difíceis fora essa grande força que possue.

18) O Fernando Martínez com apenas 1,72 m teve um ano enxuto com o clube Malvín, ziguezagueante, com penetrações até o cristal e com arremessos de três pontos.

Tendo um estilo de jogo longe do esquema uruguaio, acredita que entrando e saindo na quadra pode criar confusão nos outros times ?

Fernando é um jogador diferente que tem muita confiança en sí próprio.

Essa vaga na distribuição da bola tem muitos candidatos tendo muitos concorrentes como Martín Osimani (o Urso), e Gustavo “Panchi” Barrera com estilos diferentes.

Porém a alternância dos três segundo aconteçam as partidas é uma chance para nós.

19 ) Os jogadores que foram parte da turma para os Pan Rio 2007 vão se manter para Las Vegas ? Haverão mudanças ?

Fora essa dúzia de jogadores que participaram nos Pan, ficaram três jogadores em Montevidéu treinando com o Álvaro Tito, Luis “Bicho” Silveira, o “Tito” Borselino e Omar Galeano.

Após nossa avaliação daquelo que aconteceu nos Pan e segundo nossas necessidades quanto tem a ver com o time vamos resolver possíveis mudanças para o Pré-Olímpico.

20 ) O ponto fraco uruguaio foi sempre a altura dos pivôs ?

Impossível de lutar contra a natureza mas sim poderia treinar os arremessos de três pontos para atingir o sucesso final.

Como é seu trabalho nesse segmento ?

Fora o negócio da altura, (centímetros a mais ou a menos) estão faltando maiores opções no garrafão mas poderiamos substituí-las com um quatro que ameace desde fora da marcação dos 6,25, tendo como possibilidades o Charquero ou Izaguirre.

Na seleção treinamos muito os arremessos pois temos conciência que trata-se dum dos nossos pontos fortes aliás temos que alcançar percentagens ótimos.

21 ) Tendo como alvo os representantes dos jogadores, como é o relacionamento com o treinador ?

Naqueles anos que tinha o Espasandín como jogador não existiam.

Qual época prefere ?

Os times estrangeiros e locales, contribuem com a seleção ?

Valorizamos e temos muito respeito pelo trabalho dos representantes porém tentamos conversar com eles na hora que achamos que alguns assuntos da vida profissional dos esportistas poderiam alterar o rendimento dos jogadores da seleção.

Mínimo temos que tentar que os objetivos pessoais dos jogadores e os da turma da seleção consigam andar de mãos dadas.

Os representantes existem na atualidade no esporte profissional e temos que conviver com eles. É bom salientar que se todos nós andassemos pela vida com honestidade de olho sempre na procura do melhor para os esportistas, representantes e treinadores poderiamos trabalhar com extrema harmonia.

22 ) Logo ter treinado no México, pensando nos salários que eles pagam, ver o Espasandín na banca dum time uruguaio é sequer provável ?

Na atualidade no Uruguai está voltando essa época de bons salários, com maior énfase no caso dos jogadores.

Infelizmente neste país valoriza-se muito pouco o trabalho dos treinadores. As Ligas com ótimos jogadores como Argentina, México e Brasil além das Européias, seduzem aos treinadores pois provoca nosso maior esforço tentando pular a valha no dia-a-dia.

Houve uma treinador dos EUA que confirmava que aqueles jogadores bons “formam” treinadores bons.

É por isso que continuo mantendo que o sucesso dos treinadores é indireto.

Á medida que conseguirmos aprimorar o desempenho dos jogadores que treinamos vamos ter mais chances de alcançar maiores sucesos, resumindo, vamos ser melhores treinadores.

23 ) Sente-se prejudicado pela tarefa dos árbitros nos torneios internacionais levando em consideração que é bem mais simples apitar contra um país pequenininho ?

Não da para pensar nisso. Acho que em termos da justiça na quadra, temos percebido que a arbitragem melhorou bastante mas os árbitros, bem como os jogadores e treinadores são humanos, porém poderia sofrer pressão que influirem na sua capacidade nos torneios.

24 ) O jogador tem sempre o laço no pesqueço quanto a sua “aposentaduría” mas o treinador á medida que ganha experiência teria que ser uma peça de grande valia no time.

Vai se “aposentar” cedinho ?

O dia da minha aposentaduría vai chegar, é claro, por enquanto assim que continue gostando disto que adoro, vou tocar na frente.

Não amo o basquete e a minha profissão como o primeiro dia. Amo eles bem mais a cada dia.

25 ) Gosta das viagens e das cidades que visitam junto com os jogadores mesmo indo para um torneio ?

Sabe, conheço muito pouco das cidades que a gente visita. Estou extremamente concentrado no meu trabalho que é muito no decorrer das viagens e temos que ficar cento por cento atentos para tudo quanto o equipe precisar.

Confirmo que conhecemos muito pouco não mais do que a gente consegue olhar da janela do ônibus indo do hotel até o ginásio e do ginásio para o hotel.

26 ) Conhece o Jornal Pravda ?

Faz vinte anos conseguiu olhar a versão tabloide nas bancas de jornais moscovitas mas com certeza não dava para entender nada.

O que acha quanto que tua cidade seja epicentro das notícias para América Latina numa língua que não é a castelhana ?

Tá chutando errado, dava para entender o conteúdo desses jornais. Tentei sempre conhecer a língua russa e acho que acabei conseguindo. Mais logo a falta de treinagem acabou fazendo que esquecesse.

Lembro que conseguía manter um papo com as pessoas e até dar algumas dicas para os moscovitas perdido pelas ruas.

Ouvir o nome do Jornal Pravda, me faz refletir que faz parte importante de historia da humanidade do século XX. Acredito que o fato que uma versão deste jornal tenha a sede em América faz muito bem pois é uma forma de contato feita realidade entre povos em apariencia diferentes mas com estilo de vida nem tão diferentes, quase semelhantes.

Correspondente PRAVDA.ru

Gustavo Espiñeira

Montevidéu – Uruguai

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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