CPI do MST e o Brasil central

Adilson Roberto Gonçalves

 

A perda de prazo e o encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) sem a leitura do relatório final de Ricardo Salles mostra um misto de inépcia do relator até para atuar como voz beligerante dentro do parlamento com uma calculada leniência para não correr o risco do relatório ser reprovado e a vergonha ter sido maior. Mas como tudo no Brasil paralelo desses bolsonaristas é sujeito a regras não constitucionais ou regimentais, vamos ver se realmente Artur Lira, o presidente da Câmara dos Deputados, fará cumprir as regras e enterrar de vez essa estapafúrdia comissão de perda de tempo.

Paradoxo político

O paradoxo político continua no caso do ex-ministro do Meio-Ambiente (sic) que apenas fez destruir todo o verde que pôde. A pergunta é como ele foi secretário de Geraldo Alckmin em São Paulo? O atual Vice-Presidente está devendo uma explicação.

A questão dos ataques ao MST está diretamente relacionada com a expansão da fronteira agrícola do país para a região central. Recentemente um artigo da revista The Economist revelou um novo Brasil central que, infelizmente, não conciliou desenvolvimento econômico com aprimoramento social, uma vez que o perfil político mimetizou o retrocesso do “Estado da estrela solitária”, o Texas, com o qual a região é comparada. Com a população em crescimento, sua influência nos destinos do país são notórios, influenciando também a de forma negativa a cultura, haja vista ser o berço do sertanojo.

 

Adilson Roberto Gonçalves, pesquisador da Unesp, membro da Academia Campineira de Letras e Artes, da Academia de Letras de Lorena, do Instituto de Estudos Valeparaibanos e do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas.

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