Adeus, Brasil!

Adeus, Brasil!

Sinto o misto de tristeza e inconformismo ao ver a destruição de meu País por ignorantes e venais, que se arvoram defensores de ideologia perniciosa para toda humanidade: o neoliberalismo.

por Pedro Augusto Pinho

E, agravando, militares continuam atacando o comunismo, quando este já não existe, fora das análises acadêmicas, em qualquer lugar, conduzindo algum governo neste século XXI.

Documentos elaborados nas instituições propagadoras do neoliberalismo, sabendo ter audiência destes militares e de civis interessados em sua inação, atribuem ao "comunismo" a ação dos seus opositores, citando Marx, Lenin, Gramsci. Mas, na realidade, quem aplica muitos pensamentos destes políticos são  os próprios neoliberais em suas práticas.

Detalhemos cada passo desta ideologia perversa e anti-humana.

Primeiro trata de convencer as pessoas que, para todo desenvolvimento, é necessário haver o "equilíbrio fiscal". Começa aí a primeira farsa; compara a vida de cada um ao Estado ou a empresas.

Ora, meus caros, você não fabrica dinheiro e, como pessoa física, nem pode repassar seus custos para outros. Os Estados emitem moeda, sob a forma que circula em seus bolsos ou sob a forma de títulos de dívida, que você adquire  como aplicação financeira.

Por conseguinte, o Estado, assim como as empresas - estas com emissões de ações e documentos de crédito - gastam mais do que recebem ou lucram para poder crescer, se desenvolver, investir em desenvolvimento tecnológico e máquinas e instalações. Se há erro, não significa que o processo de elaboração é indevido, mas alguém, por baixa capacitação - inexperiência, ou por interesse escuso, o cometeu. Trata-se de corrigi-lo ou puni-lo.

Logo o "superavit fiscal" é uma fraude que a banca coloca em sua imprensa para a compreensão equivocada das pessoas. Ele pode corretamente ser traduzido por "passe fome", "não eduque seu filho", "morra de doença", mas não deixe de enriquecer os banqueiros. Junto com esta fraude vem algumas receitas para atrofiar e reduzir a capacidade do País.

Exemplo: privatizações. O que são as privatizações? A transferência do que o Estado aplicou, investiu com os tributos, o povo contribuiu com seu trabalho -  um patrimônio que é de toda Nação, para o sistema financeiro internacional.

Faço breve pausa para esclarecer que todas as grandes empresas multinacionais, nos dias de hoje, são controladas por empresas financeiras que, se formos buscar a origem do dinheiro, encontraremos entidades fechadas, constituídas nos paraísos fiscais.

Por esta razão posso afirmar que a "venda" de campo do pré-sal da Petrobrás para a Exxon ou BP ou Shell é uma alienação de riqueza insubstituível brasileira para a banca (o sistema financeiro internacional).

Hoje, na Europa - Inglaterra, França, Alemanha - o Estado está retomando empresas ou serviços privatizados. O povo está reclamando pois as únicas conquistas das privatizações foram o aumento dos preços e a má qualidade dos serviços. Dois exemplos: ferrovias inglesas e aeroportos franceses.

Além da privatização, o neoliberal propugna pelo Estado Mínimo, ou seja, que funções típicas dos Estados, os mais capitalistas, como educação, saúde e transporte, sejam exploradas para lucro privado.

Se o caro amigo já passou por necessidade de atendimento de saúde, negado pelo seu caro plano privado (em última análise pelo custo superior à contribuição), sabe o que é Estado Mínimo, aquele que não garante a saúde.

Por fim, o neoliberal acaba com o Estado. Isto não é ficção nem teoria conspiratória. O caso que ficará clássico na História, até agora, é da Líbia.

O antigo Estado Nacional tinha o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado da África. O Governo de Al-Gaddafi conseguira unir todas as etnias, lideranças regionais, por toda extensão territorial, no processo de unificação nacional e desenvolvimento comum. E, na defesa de seu petróleo, comercializado sempre em dólares, Gaddafi decidiu escolher a moeda mais conveniente para vender o petróleo líbio. Decretou, com isso, a invasão do país pelos Estados Unidos da América (EUA) e governos europeus, subservientes aos interesses financeiros.

Hoje a Líbia não existe, a não ser para votar em organismos internacionais de acordo com as determinações da banca.

O país é uma terra de ninguém, onde tribos se digladiam por poder, água, dinheiro, os antigos membros das forças armadas fazem segurança nas instalações de produção e escoamento de petróleo para as empresas internacionais, e o povo deixou de ter o invejável IDH.

Um triunfo do neoliberalismo. Também são Líbias: o Iraque, a Ucrânia, o Afeganistão. A banca ameaça a Venezuela, não por acaso detentora da maior reserva mundial de petróleo.

Será também Brasil de amanhã, se permanecermos inertes, imaginando atacar a Venezuela, perseguindo um comunismo inexistente e deixando a tucanalha no gerenciamento nacional.

 

Não escrevo tucanalha em oposição aos petralhas. Certamente houve participação ou conivência do Partido dos Trabalhadores, sob o título de governabilidade, na inclusão de golpistas de 2016 em seus governos. Mas o PSDB é muito mais antigo no ramo e causa prejuízo ao Brasil desde o apoio, sempre com subterfúgios e discursos diferentes das práticas, ao governo Collor.

 

Para não ter que enfrentar a realidade, ser um colonizado do sistema financeiro, repetir mentiras e estupidez dos analistas e comentaristas do sistema Globo e seus congêneres televisivos, a classe média, que estaciona em vaga de cadeirante, que dá um jeitinho para obter insignificante e indevida vantagem, se esconde na falsa moral, na corrupção.

 

E, com isso, apenas demonstra a ignorância de não ver que as reservas monetárias brasileiras, fruto do trabalho de todos nós, são repassadas aos especuladores da banca, para "manter a estabilidade do dólar". E isto em oposição ao próprio discurso neoliberal do câmbio flutuando conforme a vontade da banca.

 

Não vou sair, mas dou adeus ao País que viveu dias melhores, com a gestão de pessoas, hoje e sempre, tão ofendidas pela mídia golpista, servidora da banca.

 

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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