Angola: Saneamento débil nas Escolas primárias deve-se principalmente a falta de financiamento

Angola: Saneamento débil nas Escolas primárias deve-se principalmente a falta de financiamento

A constatação foi feita num estudo sobre o diagnóstico das condições de água e saneamento em 600 escolas primárias de 6 províncias de Angola no âmbito do projecto das Escolas Amigas da Criança

LUANDA, 16 de Agosto de 2016 - O diagnóstico cujo relatório é apresentado no dia 17 de Agosto pelas 9:00, no Hotel Trópico em Luanda teve como objectivo analisar os possíveis obstáculos ou áreas de estrangulamento ao programa de água, saneamento e higiene nas escolas em Angola. Esta avaliação serve para abrir caminho a um debate sobre o acesso à água, saneamento e higiene, bem como no planeamento e orçamento adequada para escolas primárias.

O estudo 'Água e saneamento nas escolas de Angola' realizado em 600 escolas primárias públicas das províncias de Luanda, Cunene, Bié, Huíla, Namibe e Huambo, pelo UNICEF e pela Direcção Nacional do Ensino Geral, demonstra que a situação do saneamento nas escolas deve merecer muita atenção das autoridades. Cada uma das escolas visitadas nos municípios de cada província de certa forma carece de um ambiente higiénico sanitário favorável. Por exemplo a média de acesso pelos alunos a casas de banho é de 58%, sendo o uso de latrinas de 29%, e a prática de defecação ao ar livre de cerca de 45%. Nestas situações 44% defecam ao lado da escola e 45% no mato.

Aponta ainda o diagnóstico que em média cerca de 310 alunos partilham um cubículo, o que se transforma num factor inibidor para o acesso aos quartos de banho ou latrinas. Outro factor é o acesso a água para beber, pois somente 35% das escolas tem água para beber disponível e 62% não possuem qualquer fonte adstrita. Comparativamente ao tratamento, 24% das escolas inquiridas responderam que davam algum tratamento a água para consumo, 76% não tratavam a água mas tinham imensos problemas de saúde com os alunos segundo os directores.

Estes números demonstram que as escolas podem ser um espaço pouco favorável para a promoção da saúde das crianças visto que as doenças diarreicas, causadas na maior parte das vezes pela falta de saneamento e fraco acesso a água potável, são responsáveis por 18% das mortes de menores de cinco anos, sendo muito comuns em crianças em idade escolar.

Uma das razões apontadas para o agravamento situação é a falta de investimentos públicos quer a nível das escolas como das Administrações municipais para que se possa manter as operações e a manutenção diariamente. Algumas escolas do ensino primário carecem de adjudicação directa de fundos e estão impossibilitadas de fazer gastos constantes.

Diferentes estudos efectuados pela OMS/UNICEF concluíram que a aposta na construção de instalações de água e saneamento nas escolas têm um forte impacto positivo na redução dos riscos ocorrências de diarreias e outras doenças causadas pela falta de higiene; pode ainda influenciar o aumento de matrículas por parte das raparigas, bem como nas taxas de retenção e conclusão. Para além disso, as intervenções na água e saneamento reforçam a apropriação e participação das comunidades na gestão escolar.  

O relatório pode ser visualizado e baixado aqui: 

 

Acerca do UNICEF

O UNICEF promove os direitos e bem-estar de todas as crianças, em tudo o que fazemos. Juntamente com os nossos parceiros, trabalhamos em 190 países e territórios para traduzir este nosso compromisso em acções concretas, centrando especialmente os nossos esforços em chegar às crianças mais vulneráveis e marginalizadas, para o benefício de todas as crianças, em qualquer parte do mundo.

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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