Notícias de uma forte epidemia de gripe, possivelmente de tipo A (H1N1), entre os Yanomami da Venezuela estão sendo relatadas pelos índios a seus parentes da região fronteiriça no Brasil. As informações sobre o caso, ainda insuficientes,aguardam confirmação oficial.
Na última semana, índios Yanomami da Venezuela têm avisado a seus parentes que vivem na fronteira com o Brasil, em Roraima, que estaria havendo entre eles um surto de gripe de gravidade não habitual . Fala-se em mais de 400 casos sintomáticos que estão sendo tratados com medicamentos para a gripe A (H1N1) e sete mortes ocorridas em menos de quinze dias.
O foco central estaria localizado nas regiões de Ocamo (1.048 pessoas), Mavaca (1.336) e Platanal (1.002) e se alastraria pela região do Alto Rio Orinoco. Veja o mapa abaixo.
Os Yanomami também informaram que dezenas de profissionais de saúde foram enviados para o local pelo governo venezuelano na tentativa de conter o avanço da doença. Nesta região de floresta tropical montanhosa de difícil acesso, situada na área da fronteira com o Brasil, encontram-se numerosas comunidades yanomami desprovidas de qualquer assistência sanitária.
O vírus da gripe suína ou gripe A (H1 N1) se dissemina com extrema velocidade, causando graves problemas respiratórios que, se não tratados a tempo, podem ser letais. Teme-se que o efeito desta nova estirpe de gripe entre populações indígenas isoladas e de grande mobilidade possa ser de extrema gravidade.
Organizações indígenas e indigenistas do Brasil estão particularmente preocupadas com a expansão em grande escala da doença e com a falta de equipamentos, pistas de pousos e postos de saúde em parte da TI Yanomami, em ambos países, para dar conta de uma possível epidemia de gripe A nesta região fronteiriça.
Situação pode se agravar no Brasil
A indefinição do modelo de assistência à saúde para os Yanomami no Brasil pode agravar o quadro caso a suspeita se confirme e ultrapasse as fronteiras. Não é de hoje que a má qualidade da assistência de saúde aos Yanomami vem sendo denunciada frequentemente . Isso ocorreu recentemente, quando o líder Davi Kopenawa Yanomami se encontrou com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão levando as reivindicações de lideranças indígenas e organizações de apoio pela criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena. ( Leia mais ). A nova secretaria abarcaria a saúde indígena, retirando-a da responsabilidade da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), que vem sendo acusada de mau gerenciamento dos recursos públicos, corrupção e incapacidade técnica ( Saiba mais ). Mesmo assim, o governo brasileiro ainda não criou a nova secretaria.
Para saber mais sobre os Yanomami acesse
www.socioambiental.org
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