Em resposta às declarações do eurodeputado britânico de extrema-direita Roger Knapman de polícia portuguesa ser «corrupta» e ter conduzido uma investigação «falhada» desde o início sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, o eurodeputado do CDS-PP José Ribeiro e Castro apresentou um protesto junto do presidente do Parlamento Europeu.
As autoridades portugueses também reagiram. O ministro português da Justiça, Alberto Costa, e o diretor nacional da Polícia Judiciária (ligada ao Ministério da Justiça), Alípio Ribeiro, repudiaram as acusações de que o sistema judicial e policial português é corrupto no caso Madeleine.
As acusações foram feitas por Piers Merchant, assessor do eurodeputado britânico Roger Knapman, citado pelo jornal The Sun Online. "Portugal não tem uma verdadeira tradição de direitos civis, liberdades e democracia", disse Merchant. A carta foi escrita e citada em nome do eurodeputado, em resposta à missiva de uma mulher que reclamava dos danos para as relações entre Reino Unido e Portugal, decorrentes do caso Maddie.
Na missiva emitida pelo gabinete do eurodeputado pode ainda ler-se que: os elementos da polícia são corruptos.
A primeira investigação foi amadora e condenada ao falhanço». «É importante perceber que Portugal não tem historial de direitos humanos, de liberdade e democracia», acrescenta.
Ribeiro e Castro considera que essas declarações são «ofensas gratuitas e ignorantes» feitas a Portugal e de uma «grosseria e leviandade inadmissíveis, não só desnecessárias como contraproducentes».
Em entrevista à Agência Lusa, o ministro da Justiça, Alberto Costa, disse que se tratam de "afirmações inqualificáveis, que não traduzem a posição das autoridades britânicas".
O diretor nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, classificou como "torpes" e "irresponsáveis" as acusações do assessor do eurodeputado britânico.
"Tenho a certeza que as autoridades do Reino Unido e que os seus cidadãos, na sua generalidade, não as subscrevem. Nada nos demoverá de continuarmos a nossa atividade policial dentro de princípios de estrita legalidade democrática", afirmou Ribeiro à Lusa.
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