Brasil: Produção industrial recuou 0,5% em setembro

Em setembro de 2007, a produção industrial recuou 0,5%, na série com ajuste sazonal. Na comparação com setembro de 2006, a Indústria cresceu 5,6%, e 5,4% no acumulado no ano. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, passou de 4,5% em agosto para 4,8% em setembro. No fechamento do terceiro trimestre, a indústria registrou crescimento de 6,4% frente a igual período do ano anterior, e 1,5% em relação ao segundo trimestre de 2007, na série ajustada sazonalmente.

No comparativo setembro/agosto (-0,5%), apenas a categoria bens de capital cresceu (1,4%), apresentando recuo bens intermediários (-1,0%), bens de consumo semiduráveis e não duráveis (-0,6%) e bens de consumo duráveis (-0,2%), após acumular 8,3% entre maio e agosto. A maioria (16) dos 27 ramos pesquisados tiveram queda. O principal impacto negativo veio do setor de veículos automotores (-3,1%), interrompendo uma seqüência de quatro taxas positivas, período em que acumulou crescimento de 12,7%. Outras contribuições negativas relevantes foram celulose e papel (-7,2%), e outros produtos químicos (-3,0%). Registraram expansões relevantes, alimentos (0,8%), edição e impressão (1,6%), refino de petróleo e produção de álcool (1,0%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (2,0%).

Em relação a setembro de 2006, a produção industrial registrou acréscimo de 5,6%, taxa inferior às de agosto (6,6%), julho (7,0%) e junho (6,6%). Apresentaram crescimento 21 dos 27 ramos pesquisados, com as maiores contribuições positivas vindas de veículos automotores (23,2%); máquinas e equipamentos (17,7%); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (17,5%); refino de petróleo e produção de álcool (6,6%) e outros equipamentos de transportes (28,8%). Por categoria de uso, bens de capital (21,9%) e bens de consumo duráveis (13,2%) registram crescimento de dois dígitos, enquanto bens intermediários (3,7%) e bens de consumo semi e não duráveis (2,0%) ficaram abaixo da média global.

Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, o setor industrial cresce há oito trimestres consecutivos, acumulando, assim, expansão de 9,8%, em relação ao período julho-setembro de 2005. Nessa mesma base de comparação, as categorias de uso tiveram os seguintes desempenhos: bens de capital (26,6%), bens de consumo duráveis (18,5%), bens intermediários (7,3%) e bens de consumo semi e não duráveis (6,2%).

No corte trimestral, o crescimento de 6,4% no terceiro trimestre de 2007 frente a igual período de 2006 foi o maior desde o terceiro trimestre de 2004 (10,4%), mantendo uma série de resultados positivos de dezesseis trimestres consecutivos.

Entre o segundo e o terceiro trimestres de 2007, ambas as comparações contra iguais períodos de 2006, o segmento de bens de consumo duráveis mostrou maior aceleração, passando de 6,4% para 13,8%. O resultado apoiou-se no crescimento da produção de automóveis (de 9,5% para 17,6%); de eletrodomésticos (de 4,1% para 7,3%); e de celulares, que reverte a taxa negativa de 3,5% no período abril-junho, para um avanço de 13,2% em julho-setembro. Bens de capital também mostrou maior dinamismo nesse período, ao passar de 18,4% para 20,4%, sustentado pelo desempenho de bens de capital para transporte (de 14,4% para 26,8%), para energia (19,3% para 30,5%), para construção (de 19,8% para 26,7%) e bens de capital agrícolas (de 52,2% para 71,7%), reflexo da recuperação do setor agrícola e da baixa base de comparação.

Ainda nessa comparação, o setor de bens intermediários, ao passar de 4,5% no segundo para 4,3% no terceiro trimestre de 2007 praticamente mantém o ritmo nos índices trimestrais. A única pressão negativa veio do subsetor de alimentos e bebidas elaborados para indústria (-3,9%) influenciado, principalmente, pela redução na produção de açúcar cristal. Por outro lado, destacam-se os subsetores de insumos industriais elaborados (3,4%) e de peças e acessórios para transporte industrial (16,1%) impulsionados respectivamente pelos itens herbicidas e autopeças. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis foi a única categoria que mostrou desaceleração entre o segundo e o terceiro trimestres (de 4,5% para 3,4%), pressionada pela redução no ritmo de crescimento dos subsetores de outros não duráveis (de 3,9% para 2,9%), alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (de 4,6% para 2,9%) e carburantes (de 7,0% para 4,4%).

No indicador acumulado para janeiro-setembro, a taxa global de 5,4% reflete o desempenho positivo na maioria (21) das atividades pesquisadas. A principal contribuição no resultado global veio de veículos automotores (12,5%), seguido por máquinas e equipamentos (17,5%), outros produtos químicos (5,8%) e metalurgia básica (6,7%). Todas as categorias de uso mostram taxas positivas, com destaque para bens de capital (18,0%), vindo a seguir bens de consumo duráveis (7,6%). A produção de bens intermediários (4,2%) e a de bens de consumo semi e não duráveis (3,1%) crescem abaixo da média da indústria (5,4%).

Ricardo Bergamini
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