Os bispos reunidos em Itaici, bairro de Indaiatuba (SP), na 45ª Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), enviaram ontem (01) uma mensagem aos trabalhadores em que criticaram a política econômica do governo e afirmaram em documento que privilegiar o pagamento de juros da dívida pública significa comprometer o desenvolvimento do País e um Orçamento capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhadores.
"Reconhecemos que algumas políticas públicas têm proporcionado transferência de renda, oferta de novos postos de trabalho, recomposição do poder de compra do salário mínimo. Preocupam-nos no entanto, a persistência do desemprego, o subemprego, a informalidade, o trabalho infantil, as migrações internas e para outros países", declararam no texto.
A reforma agrária também foi lembrada. Dom Mauro Montagnoli, de Ilhéus (BA), disse que falta vontade política. "A Igreja é a favor dessa reforma e tem marcado presença no sentido de apoiar e insistir que ela ocorra. A Justiça tem contribuído para dificultar isso. Vemos centenas de trabalhadores acampados. Falta vontade política para a realização dessa reforma."
Arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e um dos vice-presidentes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), d. Geraldo Lyrio Rocha disse que a reforma agrária não basta. "Há um descaso em relação às famílias assentadas. Não basta dar posse de terra se não há condições de desenvolvimento agrícola, produção orientada e escoamento dessa produção."
A Assembléia Geral da CNBB vai até o dia 9. Durante a reunião, os bispos vão eleger os novos presidente, vice-presidente e secretário-geral da CNBB.
Os resultados das eleições deste ano serão conhecidos mais rápidos, pois, pela primeira vez na história, urnas eletrônicas serão utilizadas para a votação. Os presidentes das dez Comissões Episcopais que compõem o Conselho Permanente da CNBB também serão escolhidos.
Na assembléia, será aprovado documento sobre a evangelização da juventude, tema do encontro de 2006. Segundo informou d. Mauro, pelas pastorais da juventude, a Igreja reforça seu posicionamento contrário à redução da maioridade penal .
Fonte O Repórter
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