Portugal é um dos países que não põe limitações à sua colocação no terreno em Afeganistão . Dos 156 efectivos portugueses, a maioria encontra-se estacionada em Kandahar, um reduto talibã.
Ontem em Riga, na Cimeira da Nato, o ministro da Defesa português, Nuno Severiano Teixeira, considerou que a ausência de limitações confere "um valor operacional muito superior ao dos que têm restrições. Mantendo o empenho que temos, e mantendo esse empenhamento sem restrições, é um contributo muito significativo para as operações da NATO no Afeganistão".
Em declarações, ontem em Riga, depois de considerar que o Afeganistão é uma "missão possível", o secretário-geral da NATO, Jaap de Hoop Scheffer, considerou "inaceitável que à nossa missão no Sul [daquele país] ainda faltem 20%" dos meios necessários".
O Presidente americano, George W. Bush, ao discursar na Cimeira, salientou a importância das operações da NATO no Afeganistão, referindo as acções junto a Kandahar, com destaque para a intervenção das forças portuguesas. Bush também apelou aos seus homólogos para que aumentem o envolvimento no Afeganistão, considerando que os aliados devem "aceitar missões difíceis" e, nesse sen- tido, devem "fornecer as forças que os comandantes militares da NATO pedem".
A Aliança Atlântica também está a avaliar a possibilidade de criar uma estrutura de coordenação internacional que permita promover, simultaneamente, segurança e capacidade de reconstrução. Este corpo poderia ser equiparável, segundo o secretário-geral da NATO, ao Conselho de Implementação da Paz, na Bósnia, ou ao Grupo de Contacto, no Kosovo.
Severiano Teixeira referiu existir "uma questão de segurança e, para isso, o instrumento militar é fundamental. Mas há, também, uma dimensão política de construção de um Estado e, para isso, é preciso que haja um esforço da comunidade internacional, ao lado do que é feito pelo instrumento militar".
Com Diário de Notícias
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