Alckmin mente sobre gastos de viagens de Lula

O candidato do PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, mentiu no debate da TV Bandeirante ao dizer que as viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva consumiram R$ 700 milhões em passagens e diárias em 2006.

A verdade é que estes gastos foram de apenas RS$ 33,891 milhões, até 30 de setembro último. Em 2005, o gasto total foi de R$ 35,9 milhões. E isso abrange os gastos empenhados na rubrica orçamentária da Presidência da República, que inclui a Secretaria de Direitos Humanos, a Secretaria Especial de Eqüicultura e Pesca, Secretaria de Políticas para as Mulheres, Secretaria Especial de Promoção de Políticas para igualdade Racial, mais a Advocacia Geral da União.

Quando governador de São Paulo, de 2001 a 2005, Alckmin gastou nada menos que R$ 130 milhões, ou R$ 32,5 milhões por ano. Ou seja, quase o mesmo que a Presidência da República, que tem uma estrutura, território, e responsabilidades muito maiores do que os do governo do Estado de São Paulo.

No debate na Band, o Presidente Lula rebateu na hora às inverdades de Alckmin, lembrando que seu governo vem gastando menos em passagens e diárias do que o de Fernando Henrique Cardoso, mesmo com uma estrutura ministerial ampliada para atender a nova política social, voltada para a grande maioria da população.

Vamos aos números: os gastos com passagens e diária no governo Lula, em 2006, são, em média, de R$ 94,3 milhões ao mês. No último ano de Fernando Henrique Cardoso, este mesmo tipo de despesa foi de R$ 95,5 milhões ao mês, em valores corrigidos pelo IPCA.

O número de R$ 700 milhões apontado por Geraldo Alckmin não faz qualquer sentido. No acumulado de janeiro a setembro de 2006, o conjunto dos ministérios e da Presidência da República empenharam despesas - o que não significa gastos efetuados - de R$ 849 milhões. No ano de 2005 este tipo de despesa foi de R$ 1,010 bilhão, que ainda é inferior ao desembolso de 2002- último ano de FHC- de R$ 1,070 bilhão, em valores corrigidos pelo IPCA.

Esta é a verdade. O resto é denúncia vazia, desprovida de qualquer fundamento.

Além disso, é preciso ver que tipo de ações governamentais foram desenvolvidas. No governo Lula, por exemplo, o Ministério da Defesa elevou seus gastos em função da liderança do Brasil na missão da ONU no Haiti, adquirindo maior número de passagens, treinando tropas militares e promovendo maior ajuda humanitária. O Ministério da Reforma Agrária ampliou as ações de assentamento de agricultores, e também gastou mais com passagens e diárias de funcionários. O mesmo ocorreu com os ministérios da Saúde, Agricultura e Desenvolvimento Social e Combate a Fome, em programas de atendimento à população nos estados.

A ONG Contas Abertas fez estudos indicando que, de 1995 a 1998, a União desembolsou R$ 5,7 bilhões, em valores corrigidos (IGP-DI/FGV), com diárias e passagens. Nos quatro anos seguintes, foram R$ 5,5 bilhões. Já no governo petista, até outubro de 2006, foram R$ 4,5 bilhões. Mesmo com o ano não terminado, é quase impossível que o governo Lula ultrapasse o de FHC, já que os valores gastos no decorrer do seu mandato foram, em sua maioria, menores que os do tucano.


Fontes:
- Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do Estado de São Paulo (SIGEO)
- Sistema Integrado de Administração Financeira do Tesouro Nacional (SIAFI)
- www.contasabertas.com.br

Fonte: PT

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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