A grande vocação mundial no último milênio foi o turismo. Mundo afora, empresas nacionais e multinacionais atentaram-se para o potencial natural que estava à sua volta e começaram a criar uma estrutura para receber visitantes, que no primeiro momento viajavam o mundo em busca das belezas originárias de cada país.
O primeiro turismo foi este, a busca pelo paraíso. Depois, o turismo foi se desdobrando, entre cultural, de negócios, religioso, da gastronomia, entre tantas outras formas e fórmulas que vão se aprimorando dentro de um mercado que só faz crescer e se multiplicar nas últimas décadas.
E fácil olhar a nossa volta e imaginar aqui a criação deste mercado que já é a primeira fonte de divisas no velho mundo, na Europa. Minas Gerais, com sua história, sua cultura, sua religiosidade, sua culinária, entre tantos outros quesitos, preenche em todos os níveis estas lacunas, tornando em pleno século XXI um potencial inexplorado, esquecido e perdido no tempo, à margem da história.
Há um erro estratégico que paira sobre todo o nosso Estado em não crer, em não ter visão para esta vocação que por divindade cobre toda Minas Gerais. No sul, além das suas águas mágicas temos a Mantiqueira com seus vários paraísos escondidos. No nordeste a cultura popular com seu artesanato e sua culinária bem específica.
No norte o Rio São Francisco deixa em suas curvas as belezas das cidades, além do mar de água doce de sua represa, com sua pesca esportiva, altamente lucrativa. No Triângulo, além da pecuária há as águas generosas de Araxá, com sua Dona Beija beijando nosso passado. Na Zona da Mata a Estrada Real nos revelando um novo caminho, um caminho de ouro e história.
Por onde andamos em Minas, achamos uma fonte, um nascedouro inesgotável para o turismo, mas que nunca é canalizado para sanar a sede dos povos que muitas vezes lutam pelo desenvolvimento, em busca de emprego e renda. Há um erro histórico em tudo isso. A uma omissão histórica e lamentável em tudo isso.
O que falta é a mentalidade desenvolvimentista de fazer estas pequenas coisas crescerem, darem frutos, tornarem-se grandes, atrativos para os que ainda não as conhecem.
Enquanto escrevo estas linhas, milhares de turistas chegaram e deixaram a capital do Rio de Janeiro, as Serras Gaúchas, Campos do Jordão, e alguns poucos vieram conhecer Minas Gerais e um pouco de sua gente.
Petrônio Souza Gonçalves
jornalista e escritor
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