António Costa: sanções contra a Rússia "têm sido penalizadoras" para Portugal

Dirigindo-se à comunicação social em Bruxelas, no passado dia 21 de Outubro, o primeiro-ministro português, António Costa, não só revelou que o actual governo português estaria contra novas sanções contra a Rússia como também se manifestou contra as sanções ainda em vigor.

Flávio Gonçalves

"Portugal tem entendido que nós devemos passar à fase da cooperação (...) as sanções, aliás, têm tido uma eficácia bastante duvidosa e, no que nos diz respeito, têm sido penalizadoras para vários sectores económicos. Não é nossa ambição que se mantenham as que existem, muito menos que sejam alargadas novas sanções", António Costa acrescentou ainda que "os votos que fazemos é que seja possível restabelecermos uma relação com a Rússia sempre na cooperação e não propriamente no conflito e na sanção."

Recordamos que a Rússia era um dos parcos parceiros comerciais da República Portuguesa e que as relações entre os dois países se vinham a solidificar ao longo da última década, ao ponto da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) ter iniciado voos directos de Lisboa para Moscovo quando a empresa ainda era propriedade do Estado e era primeiro-ministro José Sócrates, ligação essa que não foi descontinuada após a privatização da TAP. 

O actual executivo português, constituído pelo Partido Socialista, irá comemorar o seu primeiro aniversário a 26 de Novembro e conta com o apoio parlamentar do Partido Comunista Português, do Partido Ecologista Os Verdes e do Bloco de Esquerda, tendo apostado em políticas humanizantes que fogem à austeridade ideológica do anterior governo neo-liberal e tudo indica que será cumprida a exigência da Comissão Europeia de um défice inferior a 2,5%. É do interesse de Portugal recuperar e fortalecer os laços comerciais com a Rússia como parte da sua estratégia de recuperação económica sem austeridade. 

 

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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