Porto de Santos: soluções viárias

Milton Lourenço (*)                   

SÃO PAULO - Depois de uma década de reivindicações e protestos de empresas e moradores, o governo do Estado deu início às obras para a construção de um acesso viário a Cubatão, na altura do quilômetro 55 da Via Anchieta, trecho que tem registrado congestionamentos que dificultam o tráfego entre o município e o Porto de Santos. As obras deverão consumir 22 meses, com conclusão prevista para setembro de 2014.

Até lá será preciso muita paciência. Mas ainda bem que as obras já saíram do papel. O projeto prevê a construção de um minianel viário entre o quilômetro 55 da Via Anchieta e as rodovias Cônego Domênico Rangoni e Padre Manoel da Nóbrega, com um viaduto de 900 metros de extensão com cinco faixas de rolamento. Haverá ainda uma terceira faixa de oito quilômetros na rodovia Cônego Domênico Rangoni.

Além disso, serão realizados alargamentos das pontes sobre o rio Cubatão, no quilômetro 269, e Perequê, no quilômetro 267, e do pontilhão do Perequê, no quilômetro 267, na Marginal Leste. O empreendimento está orçado em R$ 328 milhões e constitui investimento da concessionária Ecovias.

Essas obras de melhorias não só facilitarão o acesso ao polo industrial de Cubatão e sua ligação com o Porto como representarão um desafogo na vida de muitos trabalhadores e estudantes, que hoje são obrigados, muitas vezes, a chegar atrasados aos seus compromissos, em razão da situação caótica no trânsito. Sem contar o isolamento a que a cidade de Cubatão fica relegada em determinados horários, sendo praticamente impossível o deslocamento de ambulâncias ou carros de bombeiros.

            Apesar da magnitude dessas obras, há ainda outros "gargalos" no acesso ao Porto de Santos que exigem igualmente providências por parte do Estado. Um deles está na entrada da cidade de Santos, ao final da Via Anchieta, onde diariamente são registrados congestionamentos em razão do excesso de caminhões com destino ao Porto.

            Além de obras viárias, há necessidade do estabelecimento de um sistema de controle do acesso que permitisse descer a Serra do Mar só caminhões que estivessem previamente agendados no Porto. Para tanto, é necessário não só construir bolsões de estacionamento no alto da Serra, com infraestrutura para o cumprimento da nova legislação baixada para os motoristas, como, finalmente, colocar em prática o projeto Porto 24 Horas.

            É de lembrar que o governo do Estado está prestes a assinar edital para obras no trecho dos quilômetros 65 e 67 da Rodovia dos Imigrantes, em São Vicente, onde são registrados congestionamentos e a ocorrência de assaltos aos motoristas. Por fim, espera-se que o governo estadual viabilize logo a construção da rodovia Parelheiros-Itanhaém, prevista desde 1994.

            Essa rodovia permitirá uma viagem de apenas meia-hora entre o Planalto e a região metropolitana da Baixada Santista e diminuirá o tráfego de veranistas no sistema Anchieta-Imigrantes com destino ao Litoral Sul. Sem contar que, com a possível reativação do projeto Porto Brasil, em Peruíbe, e a exploração do pré-sal pela Petrobras na região, a nova rodovia ganha importância econômica.

 

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(*) Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística (ACTC). E-mail: [email protected]. Site: www.fiorde.com.br.

 

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