No mundo, fraudes na área de saúde são cem vezes maiores que as contra bancos

Por ANTONIO CARLOS LACERDA

PRAVDA.RU

No mundo, fraudes na área de saúde são cem vezes maiores que as contra bancos. 15872.jpegNOVA IORQUE;EUA - As fraudes em sistemas mundiais de saúde atingem anualmente US$ 800 bilhões e já são cem vezes maiores do que os crimes cometidos contra sistemas financeiros. Só nos Estados Unidos, no ano passado, foram US$ 100 bilhões em perdas. Entre os crimes mais comuns estão a falsificação de recibos de consultas, exames e cirurgias.

Também figuram entre as principais fraudes o superfaturamento de procedimentos hospitalares e falsificações cometidas pelos próprios médicos e enfermeiros, que declaram ter usado equipamentos, materiais ou medicamentos não solicitados.

O objetivo principal e comum de todas as práticas é obter reembolso dos sistemas de saúde. Segundo dados apresentados durante a conferência do SAS Institute, empresa de sistemas de inteligência de negócios, apesar dos números alarmantes, o setor ainda investe pouco em ferramentas de proteção.

Enquanto os gastos anuais com tecnologia antifraude superam US$ 2 bilhões nas instituições financeiras - volume que deve chegar a US$ 4,3 bilhões em 2013, segundo a consultoria Chartis Research -, o setor de saúde movimenta um décimo do valor.

Parte da investigação sobre as fraudes tem ficado a cargo dos governos. Os EUA, um dos países que mais sofrem com o problema, prenderam neste ano a maior quadrilha já envolvida em fraudes de saúde.

Em fevereiro, 111 médicos, enfermeiros e usuários foram detidos em nove cidades do país sob a acusação de lavagem de dinheiro, falsificação e conspiração contra o sistema médico. Os desfalques chegavam a US$ 225 milhões. Com auxílio do FBI, o país investiga hoje mais de 2.000 casos potenciais de fraudes contra o setor de saúde.

Apesar de o setor financeiro liderar os investimentos em tecnologias de combate a fraudes, as instituições sofrem com o número crescente de crimes. Só as seguradoras americanas perdem, por ano, US$ 30 bilhões com crimes relacionados à falsificação de propriedade e de ocorrências que buscam compensações.

No Brasil, as perdas com fraudes bancárias eletrônicas somaram R$ 685 milhões no primeiro semestre deste ano, com alta de 36% sobre o mesmo período do ano passado, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Durante a conferência, Bob Shiflet, vice-presidente do Bank of America, declarou que novas tecnologias móveis e até as redes sociais se tornaram ferramentas sofisticadas para que os criminosos aperfeiçoem a abordagem às vítimas e hoje representam alguns dos principais desafios para o setor financeiro.

ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU

 

 

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