G20 alcança pacote de US$ 1 trilhão e promete mais regulação

Os líderes do G20 reunidos em Londres chegaram a um acordo para lidar com a recessão mundial. As medidas tomadas superam US$ 1 trilhão. O comunicado aprovado pelos governantes de 20 países, representando dois terços da população e quase nove décimos da economia mundial, diz que ''defrontamos o maior desafio da economia do mundo em tempos modernos'' e, em sua segunda frase, proclama que ''uma crise global requer uma solução global''.

Os 20 líderes: ''Uma crise global requer uma solução global'' Como anfitrião do encontro, o primeiro ministro britânico, Gordon Brown, disse que os líderes alcançaram ''um novo consenso'', para recuperar ''o crescimento e o emprego'' e ''reconstruir a confiança no sistema financeiro''. As divergências que cercaram os preparativos do G20 foram dadas como coisa do passado.

Somando os pacotes de recuperação adotados em diferentes países, Brown calculou que até meados do ano que vem haverá ''uma injeção de US$ 5 trilhões'' na economia mundial. Asseverou que essa ''expansão fiscal sem precedentes'' ajudará a ''salvar ou criar milhões de empregos''.

Para onde vai o trilhão

O acordo da cúpula destina US$ 750 bilhões para o FMI (Fundo Monetário Internacional); US$ 250 bilhões para os SRD (sigla em inglês de direitos especiais de saque); US$ 100 bilhões para elevar a US$ 250 bilhões o suporte do Banco Mundial e congêneres ao comércio internacional; e prevê a venda das reservas de ouro do FMI para ajudar os países mais pobres.

O pacote soma US$ 1,1 trilhão. ''Em conjunto com as medidas que cada um de nós tomou nacionalmente, isto constitui um plano global de recuperação em escakla sem precedentes'', afirma, otimista, o comunicado conjunto.

Concessões aos adeptos da regulação

O texto admite que ''grandes falhas no setor financeiro, na regulação e supervisão das finanças foram causas fubndamentais da crise'' e que ''a confiança não será restaurada até que reconstruamos nosso sistema financeiro''. Promete ''uma estrutura de supervisão e regulação mais forte, mais globalmente consistente para o futuro setor financeiro''.

Estas afirmações são vistas como resultado da pressão dos países que desejam um novo marco regulatório mundial para o capital financeiro. Entre as decisões, estão a ''limpeza'' nos bancos e novas normas para os bônus destinados a altos executivos.

Da mesma forma, o G20 decidiu ''tomar medidas contra os paraísos fiscais''. Proclama que ''a era do segredo bancário acabou'' e diz que ''estamos prontos a estabelecer sanções'' contra os paraísos. A OCDE ficou de publicar uma lista desses pequenos Estados ou territórios que adotam atitudes ''benevolentes'' para com a circulação financeira descontrolada.

A cúpula aprovou ''um substancial fortalecimento das instituições financeiras internacionais, particularmente o FMI''. Confia a este as tarefas de ''financiar gastos anticíclicos, a recapitalização bancária, infraestrutura, financiamento do comércio, apoio ao balanço de pagamentos, rolagem de dívidas e sustentação social''.

''Resistir ao protecionismo''

O comunicado reserva um capítulo para a tarefa de ''resistir ao protecionismo''. Reconhece que a queda do comércio mundial, pela primeira vez em 25 anos, ''é exacerbada pelas crescentes medidas protecionistas''. Reafirma o compromisso antiprotecionista de novembro em Washington, durante a 1ª reunião do G20. E promete que ''retificaremos prontamente'' as medidas protecionistas, sem no entanto estabelecer datas ou procedimentos.

Em contrapartida, o texto diz que ''permanecemos comprometidos com o atingimento de uma ambiciosa e equilibrada conclusão para a Rodada de Doha, que é urgentemente necessária''. Calcula que a conclusão de Doha pode injetar US$ 150 bilhões anuais na economia mundial. Porém limita-se a assegurar que ''daremos um foco renovado e atenção política a essa crítica questão no próximo período''.

Vermelho

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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