Após quatro altas, COPOM mantém juros em 13,75%

Depois de quatro altas consecutivas na taxa básica de juros (totalizando 2,5 pontos percentuais), o Comitê de Política Monetária decidiu ontem (29) não modificá-la. A decisão foi tomada por unanimidade e vem num contexto de agravamento da crise financeira internacional e de cortes na taxa de juros em vários países.

Manoel Castanho (*)

"Avaliando o cenários prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, em ambiente de maior incerteza, o COPOM decidiu por unanimidade, neste momento, manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, sem viés", diz a nota divulgada pelo Comitê após a reunião. A ata será divulgada na próxima quinta-feira.

Na reunião anterior, realizada no dia 10 de setembro, a decisão de aumentar os juros em 0,75 ponto percentual não havia sido unânime - O COPOM estava dividido entre controlar a inflação ou esperar possíveis efeitos da crise financeira no Brasil. Poucos dias depois, o banco norte-americano Lehman Brothers pediu concordata, agravando a crise e trasendo algumas conseqüências para o Brasil, como o aumento da cotação do dólar.

A próxima reunião do COPOM acontecerá nos dias 09 e 10 de dezembro.

Outros países

O Federal Reserve reduziu ontem a taxa de juros dos Estados Unidos para 1% ao ano - o que não ocorria desde 2004. A redução foi de 0,5 ponto percentual. Os cortes vêm acontecendo desde setembro do ano passado, quando os juros estavam em 5,25%.

A China foi outro país que reduziu as taxas de juros. O corte foi de 0,27 ponto percentual. É o terceiro corte efetuado nas últimas seis semanas.

Além disso, diversos Bancos Centrais no mundo haviam reduzido as taxas de juros no início de outubro, numa ação coordenada para combater a crise.
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(*) Jornalista do COFECON

www.cofecon.org.br

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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