Ex-primeiro ministro russo hospitalizado com sintomas de envenenamento

O ex-primeiro-ministro russo ,Yegor Gaidar, está internado em um hospital de Moscou, com sintomas de envenenamento, após passar mal na semana passada, quando visitava a Irlanda, revela o jornal britânico Financial Times em sua edição desta quarta-feira. 

O político russo deveria fazer uma conferência na Universidade Nacional da Irlanda, em Maynooth, e responder perguntas sobre seu livro "A queda do Império: lições da Rússia contemporânea".

“ Ele de repente ficou pálido, saiu da sala, segui-lo e logo o encontrei no chão desmaiado, vomitava sangue”, testemunha a participante da conferência, Ekaterina Ganeeva. Egor Gaidar foi hospitalizado a uma clínica em Dublin e mais tarde foi transportado para Moscou.

Citando uma conversa por telefone com Gaidar, o jornal informa que o quadro do ex-premier é estável, mas os médicos ainda não conseguiram identificar a origem do problema, que provocou vômitos no ex-premier.

"Em 24 de novembro, de forma repentina, tive estes problemas com minha saúde que colocaram em risco a minha vida", disse Gaidar ao jornal.

"O risco (de vida) não se confirmou e, ao final de algumas horas, minha situação se estabilizou, mas os médicos não sabem explicar o que ocorreu...".

Financial Times escreve que as sintomas de envenenamento de Gaidar são parecidos com os de Alexnder  Litvinenko a ser envenenado no início de novembro e morto há poucos dias. O jornal lembra que Gaidar havia visitado Litvinenko um dia depois da sua morte . O presidente da Sistema Energético Unido da Rússia , Anatoli Chubais, ao comentar o acidente, supôs Gaidar ser envenenado, mas excluiu a participação das autoridades  ou serviços secretos russos .

O laudo do ex-agente do FSB  aponta no seu corpo as pistas de polónio-210 , uma substância radiativa que causou a sua morte . As pistas de polónio foram descobertas mais tarde em alguns edificios em Londres a gerar uma alerta na cidade.

Yegor Gaidar foi o primeiro chefe de governo da era pós-soviética e agora dirige um grupo de estudos econômicos em Moscou.

Em seu contato com o jornal, Gaidar não quis comentar os rumores de que foi envenenado.