Moussa Touré um dos importantes cineastas africanos em Locarno irá ao Rio e São Paulo, dia 15 para apresentar seu novo filme A Piroga.
O cinema africano é destaque no Festival de Locarno, na Suíça, com a presença de realizadores africanos na mostra Open Doors ou Open Africa, oportunidade em que se discute a situação do cinema africano.
Alguns filmes africanos antológicos estão em Locarno - Yaaba, de Gaston Kaboré ; Abderrahmane Sissoko com Bamako, excelente crítica do plano do FMI para a África nos anos 80-90; e Cheick Oumar Sissoko comGuimba.
A abertura do Open Doors, ou Open Africa, foi com o filme A Piroga, do realizador senegalês Moussa Touré, que irá ao Brasil, São Paulo e Rio, no próximo dia 15, para apresentar seu filme.
O filme La Piroguemostra senegaleses se servindo de barcos precários, canoas e pirogas com o objetivo de chegarem até a Espanha, onde nem todos conseguem aportar, vítimas de naufrágios.
A presença de Moussa Touré é a oportunidade para se tomar a temperatura do cinema africano.
« A grande falha atual do cinema africano é não haver salas de projeção, diz Moussa Touré, existem muitos filmes mas não há cinemas. Para que o cinema seja possível num país é preciso que o governo ponha dinheiro nisso, como mostra o exemplo positivo da França, e acho que no Senegal agora isso vai ser feito. Sou senegalês, vivo no Senegal e vejo começo das mudanças, fui dos que jogaram pedras nos protestos contra o outro presidente. E hoje acho que as pessoas que estao no poder, colocarão dinheiro, onde deve ser posto » ».
A África tem um grande Festival, criado na época de um incentivador do cinema africano, o ex-presidente Sankara de Burkina B. Moussa Touré fez parte do júri do Festival de Ouagadougou e destaca sua importância africana.
« Como eu vejo o Festival de Ouagadougou ? Ainda agora há pouco alguém me disse, mas voce vai sempre a Ouagadougou, e eu respondi, claro, sou patriota por esse festival. Como africano sinto-me obrigado a ir lá. Mesmo se podem surgir falhas de organização nesse festival, prefiro ir lá que em outro lugar, é lá que está meu povo e onde quero mostrar meus filmes, de preferencia a Locarno. Como eu vejo Ouagadougou ? Faço parte integrante desse festival é meu festival. Não é um festival de Burkina é um festival africano para os africanos e é um momento para juventude africana ver nossos filmes. »
Para ele o Festival de Ouagadougou não é um festival de Burkina Faso mas de toda África, visto por milhares de jovens, que ali conhcem os filmes dos realizadores africanos.
Rui Martins
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