Museu Afro Brasil revela outro lado da história do país

Fica difícil descrever com palavras a sensação de conhecer mais de perto sobre um lado da história do Brasil que durante anos foi reprimido. Esta semana, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado hoje, a reportagem fez uma visita ao Museu Afro Brasil, em São Paulo, local que guarda um importante acervo sobre a cultura afro-brasileira. O espaço dedica três andares para retratar o universo do povo negro e mostrar de que forma ele contribuiu para a formação da sociedade brasileira. No local, é possível ter acesso a uma história que não está nos livros didáticos.

As exposições permanentes e as temporárias mostram sobre os costumes, a arte, a religiosidade e as personalidades que atuaram nas mais diversas áreas como Machado de Assis, na Literatura; Grande Otelo, no teatro, televisão e cinema; Paulinho da Viola, na música; Pelé, nos Esportes; e Zumbi dos Palmares, na luta pela liberdade. O museu ainda conta com um auditório, para palestras e apresentações, e a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, com mais de seis mil títulos. Visitas monitoradas por educadores garantem o caráter didático do espaço. Trata-se de um centro de informações sobre a cultura afro-brasileira. Importante referência para quem deseja saber mais sobre sua própria identidade, afinal, somos todos negros. Se não no sangue, assumidamente na cultura.

Instalações, pinturas, esculturas, salas multimídia, fotografias e objetos representativos da cultura popular fazem parte das exposições. As mostras contam com vídeos que retratam as práticas representadas pelos mais variados objetos. Na sala dedicada aos orixás, por exemplo, há vídeos que registram pessoas praticando o candomblé, e assim por diante.

Para marcar o Mês da Consciência Negra, o espaço está com exposições temporárias, entre elas “Eu Tenho Um Sonho - De King a Obama, a Saga Negra do Norte”, com fotografias, objetos e documentos que partem da trajetória de Martin Luther King, líder que buscava o respeito aos direitos dos negros e o fim da discriminação racial nos Estados Unidos, até a eleição de Barack Obama.

A abertura da mostra será hoje, com visitas até o dia 25 de janeiro. Ainda nesta sexta-feira, o público que comparecer ao museu poderá prestigiar a apresentação de Negro Fujão e Cãos de Jacobina, grupos musicais de tradição popular da Bahia, a partir das 17h. Mais tarde, às 19h, haverá o lançamento do livro “Texto de Negros e Sobre Negros”, organizado por Emanoel Araújo, curador do museu. Na ocasião, também tem início a exposição e lançamento do livro “110 Telas, 60 Dias e Um Diário de Viagem - Amazonas 1975”, de José Cláudio da Silva. A mostra fica no local até o dia 20 de janeiro.

Na segunda-feira, às 18h30, tem a abertura do seminário “Inclusão e Exclusão do Negro nos EUA e no Brasil - Uma Perspectiva Comparada”, que será realizado até a quarta-feira, dia 25. Enfim, o Museu está com uma programação bem completa. Vale à pena conferir. Seguem algumas fotos para que você possa conhecer um pouco do acervo .

SERVIÇO:

O Museu Afro Brasil fica na Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº, Pavilhão Manoel da Nóbrega, no interior do Parque do Ibirapuera – São Paulo. Entrada pelo portão 10. Aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 17h. As visitas com educadores podem ser agendadas pelo telefone 55 (11) 5579-0593, ramal 113, ou pelo e-mail

[email protected]. Entrada gratuita. Mais informações: 55 (11) 5579-8542 - 5579-7716 ou pelo site www.museuafrobrasil.com.br .

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey
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