A taxa de analfabetismo caiu gradativamente no Brasil nos últimos 15 anos e a maior queda se deu na população com 15 anos de idade ou mais. Essa constatação faz parte da análise apresentada, nesta terça-feira (14), pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) a respeito dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/ 2007), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, o número de analfabetos em 1992 era de 17,2% e reduziu para 10% em 2007, o que representa 7,2 pontos percentuais a menos em 15 anos.
Em termos absolutos, coube à região Nordeste a maior redução (0,8%), no entanto essa região ainda apresenta um índice que é o dobro da média brasileira, situando-se em 20%, e bastante acima das taxas no Sul-Sudeste, que não ultrapassam os 6%. Isso se deve ao fato de aquela região concentrar 53% do total de analfabetos brasileiros nessa faixa etária. Tanto no Nordeste, como no restante do País, cerca de 90% dos analfabetos estão na faixa etária de 25 anos ou mais, sendo que a maior concentração, em números absolutos e relativos, recai sobre os idosos. "A região Nordeste ainda apresenta um índice que é o dobro da média brasileira, situando-se em 20%, e bastante acima das taxas no Sul-Sudeste, que não ultrapassam os 6%", destacou o diretor de estudos sociais do Ipea, Jorge Abrahão.
Além dos diferenciais regionais, observam-se números bastante expressivos também quando esse indicador leva em consideração os quesitos localização e raça/cor. Para a localização, observa-se que quase um quarto da população rural é analfabeto. Já para a população urbana/metropolitana este índice é de 4,4%.
Escolaridade Outra revelação da Pnad 2007 é a ampliação do número médio de anos de estudo da população de 15 anos ou mais. Tanto para o Brasil, como para todas as regiões, houve aumento de 0,1 ano em relação a 2006. Com isso, a taxa média brasileira atingiu 7,3 anos.
Outro indicador educacional que revela avanços em relação a 2006 é a taxa de escolarização, por faixas etárias. As crianças de 0 a 3 anos foram as que tiveram maior incremento absoluto, de modo que a taxa de escolarização nessa faixa etária ampliou-se para 17,1%. Para as crianças de 4 a 6 anos, segundo o relatório, continua a ampliação da escolarização em relação a 2006. Neste caso, o Instituto supõe que esse aumento esteja relacionado com a mudança no quadro legal, que ampliou o ensino fundamental para nove anos, com início aos seis anos de idade.
RENDA
Diferença entre negros e brancos é menor
A Pnad 2007 apontou que a diferença de renda entre brancos e negros vem caindo a partir de 2001, após oscilar durante doze anos. Se o ritmo continuar o mesmo, de acordo com o Ipea, haverá igualdade racial na renda domiciliar per capita em 2029.
Nos últimos 15 anos, a desigualdade da distribuição de renda geral também caiu consideravelmente. O coeficiente de Gini (medida utilizada para medir desigualdade de renda) também começou a cair fortemente em 2001 e a queda se manteve até hoje, após longos anos de estabilidade em patamares altos.
De acordo com análise do Ipea, uma possível razão para a redução da diferenças de renda entre negros e brancos é o fato de negros serem maioria entre os beneficiários do Programa Bolsa Família, dos benefícios previdenciários indexados ao salário mínimo e do Benefício de Prestação Continuada e dos outros mecanismos de redução da desigualdade geral, diz o texto do relatório.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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