A célebre bandeira içada pelos bombeiros no meio das ruínas do World Trade Center, poucas horas após o desmoronamento das Torres Gémeas, foi roubada e os proprietários interpuseram uma acção de 525 mil dólares contra a cidade de Nova Iorque.
Segundo a agência Lusa, o casal, proprietário do iate «Star of América» ancorado no dia 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque, emprestou a bandeira aos três bombeiros que a içaram no meio dos destroços.
O fotógrafo Thomas Franklin, do jornal «The Record» de New Jersey, em reportagem no local, registou o momento e a imagem dos três bombeiros içando a bandeira foi retomada pela Associated Press. Dois dias depois estava em todos os jornais dos Estados Unidos e no mundo.
Levada dez dias depois para o Yankee Stadium, para uma cerimónia de homenagem às vítimas dos atentados, seria posteriormente assinada pelo governador de Nova Iorque, George Pataki, pelo presidente da câmara Rudi Giuliani e pelos comissários da polícia e dos bombeiros antes de ser entregue à Marinha.
Foi esta mesma bandeira que seguiu no porta-aviões «Theodore Roosevelt» quando este partiu para o Mar Arábico, no âmbito da guerra contra os talibãs no Afeganistão. Em Março de 2002, o porta-aviões regressou à sua base em Norfolk, na Virgínia, e os bombeiros Johnson e Eisengrein foram a bordo receber a bandeira, regressando com ela a Nova Iorque.
Meses mais tarde, Shirley Dreifus pediu emprestada aos bombeiros a sua bandeira, para uma festa de angariação de fundos a bordo do seu iate. Quando a desembrulhou, teve um choque: «Não duvido que a bandeira tenha estado no Ground Zero, até cheira a fumo, mas não é a bandeira do nosso iate».
De facto, a bandeira emprestada no dia dos atentados, e que é vista no mastro entre as ruínas, media 1,20 metros por 1,80 e a bandeira que lhe deram media 1,50 por 2,40 metros. Shirley admite que alguém tenha considerado a bandeira muito pequena para um mastro tão grande, mas não se conforma e exige uma explicação.
Quando lhe perguntaram pela bandeira, o presidente da câmara de Nova Iorque Michael Bloomberg respondeu que não fazia a mínima ideia. «Também não sei onde está Osama bin Laden», foi o seu comentário, mas deu ordem ao Departamento de Bombeiros para que esclarecesse o que se passa.
Quem a trocou, sabe que ficou com uma peça única e de valor incalculável e, por isso, Shirley Dreifus não deixa, todas as semanas, de passar os olhos pelos sites de leilões na Internet, não aconteça que a tentem vender.
«Quem quer que a tenha tirado sabe muito bem o que tem», diz a sua proprietária.
Subscrever Pravda Telegram channel, Facebook, Twitter