Colégio da Universidade de Lisboa responde aos desafios da alimentação, da agricultura e florestas com conhecimento transdisciplinar. (Reitoria, 21 Jan. 17hs.)
São numerosos os desafios que se colocam à sociedade atual nos domínios da alimentação, agricultura e florestas para garantir o acesso de todos a uma alimentação saudável e sustentável, num contexto de crescimento demográfico, dietas em rápida mutação, crescente escassez de água, energia e solo fértil, agravado pelas alterações climáticas:
Podem as refeições ser profilaxia? Estamos a adotar outras formas de comer. As preocupações com a saúde estão a influenciar a escolha dos alimentos. Os desafios a vencer são múltiplos: mitigação do desperdício alimentar do campo até ao prato; prevenção de patologias de base alimentar; novos alimentos para populações com necessidades específicas como doentes ou idosos.
Quais os impactos da economia de base biológica & gestão sustentável de recursos e do território? A globalização e as alterações climáticas estão a exigir um redimensionamento das indústrias. A inovação tem criado novas indústrias, muitas sãobiofábricas e nanofábricas. A mudança tecnológica deve ser acompanhada por inovação socioeconómica.
Como rentabilizar lixo, desperdícios e resíduos? A economia circular tem alterado o paradigma da indústria, com reflexos em valores culturais e lançando enormes desafios à gestão, logística e políticas. Surgem hoje novos modelos de negócio.
Precisamos de avanços tecnológicos, mas também de novas estratégias empresariais em matéria de inovação e responsabilidade socioambiental, e novas políticas públicas para promover sistemas alimentares mais sustentáveis. Estes desafios requerem uma ciência mais atenta ao contexto ecológico e social da produção agrícola e alimentar de modo a ultrapassar muitos dos problemas com que hoje nos defrontamos. Requerem ainda um diálogo mais fecundo entre ciência e saberes locais contextualizados e uma ciência não apenas interdisciplinar mas também transdisciplinar, em que cientistas e atores económicos e sociais são chamados a coproduzir conhecimento socialmente relevante. Necessitamos de uma ciência interdisciplinar, virada para estes novos desafios, que são múltiplos e interligados, e requerem, por isso mesmo, uma visão holística e integradora.
Os Colégios da ULisboa, lançados em, 2015, visam promover iniciativas transversais, envolvendo, obrigatoriamente, docentes e investigadores de várias Escolas investigadores de distintas Escolas e unidades de investigação, que se associam no desenvolvimento de novas áreas multidisciplinares do conhecimento. São espaços não orgânicos que incorporam programas de investigação científica, de inovação tecnológica e de ensino, e que podem acolher e associar-se a iniciativas exteriores de reconhecido mérito.
O Colégio "Food, Farming and Forestry (F3)" (www.colegiof3.ulisboa.pt), que integra dez Escolas da ULisboa com atuação em ciências naturais e sociais, pretende criar e traduzir conhecimento transdisciplinar nos domínios da alimentação, agricultura e florestas que tenha impacto na resposta a desafios societais e ambientais. A missão deste Colégio é contribuir para o crescimento económico e a satisfação das necessidades humanas, em respeito pelos padrões culturais, tradições sociais e conservação dos recursos naturais, promover a ligação entre conhecimento fundamental, ciências aplicadas e soluções de engenharia para criar valor em contexto nacional e internacional, e desenvolver programas inovadores nos seus domínios de atuação.
No âmbito da sua missão, o Colégio F3 convida especialistas com diferentes formações científicas e que têm desempenhado funções institucionais e políticas relevantes para uma mesa redonda com o tema "Alimentação, Agricultura e Florestas: Desafios Emergentes", que terá lugar no dia 21 de janeiro pelas 17h na Reitoria da Universidade de Lisboa. O debate conta com intervenções de António Correia de Campos, Isabel do Carmo, João Ferreira do Amaral, Paula Sarmento e Pedro Vilarinho e permitirá a discussão ampla entre os múltiplos agentes com responsabilidades socioambientais, que estão envolvidos na promoção de sistemas alimentares sustentáveis.
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