O arquiteto Sérgio Leal Costa Filho fez este trabalho para o Parque Sabina, da Prefeitura de Santo André (SP).
Sabina é o nome de um parque de ciências voltado para estudantes de Ensino Fundamental e Médio; dentre as atrações estão: Aquário, Sítio Arqueológico com réplica de um TREX - uma plataforma que simula fenômenos naturais como tempestades, furacões, tufões - além de uma espaçonave que faz voos virtuais entre o parque e a Laje de Santos (litoral paulista).
O Pavilhão erguido demonstra uma construção com materiais sustentáveis: usou-se taipa de pilão, tijolos de Solo Cimento, telhas de material reciclável, energia solar, energia eólica e água de reúso, além de fechamentos com garrafas PET. O gerador eólico é em miniatura e produz força para acender uma lâmpada de 150 watts.
Como se vê, é possível fazer, e bem feito. A água de reúso é captada da cobertura, retratada e utilizada no vaso sanitário. Muito bem guardadas as (enormes) proporções, quase como se faz na Estação Espacial Internacional.
Leal Costa diz que a construção do Parque Sabina, projeto encomendado pela administração do Parque, não saiu tão barato quanto a casa de taipa que projetou para si próprio numa praia do município de Ubatuba (SP), em função da certificação dos materiais utilizados, mas em geral, tem custo inferior ao de uma construção padrão, já que a terra do local é transformada em alvenarias (solo cimento) e estrutura (paredes de Taipa). Para efeito de custo as fundações não tem variação. A Cobertura é feita com telhas "Onduline" de material reciclado, que além de deixar o telhado mais leve tem custo mais baixo.
É uma excelente maneira de ensinar crianças e adultos como funcionam esses mecanismos e métodos de construção, que são os mais próximos do arraigado conceito de sustentabilidade, nem sempre condizente com o discurso de quem diz praticá-la. Nada como ver ao vivo, e em cores.
Os projetos em taipa, solo cimento e outros materiais de fato ecologicamente corretos são viáveis e muito apropriado a fazendas e sítios, por exemplo.
Anotem aí, caros leitores: No Sabina os tijolos são de solo cimento industrializados; em Ubatuba foram feitos de forma artesanal. O Solo Cimento é a terra (solo) peneirada misturada ao cimento. Não vão ao forno, portanto, não há a queima de carbono gerada na produção dos tijolos convencionais.
E na Taipa não se adiciona concreto.
Seria tão difícil assim as pessoas se engajarem de fato na defesa do meio ambiente, utilizando materiais comprovadamente inofensivos a ele?
Créditos:
Autores - Arquitetos Sérgio Leal Costa Filho e Maria Alzira Monfrée.
Construção - Eng. José Roberto.
Concepção - Robo Art
E-mail: [email protected]
Luiz Leitão é jornalista [email protected]
*No blogue os leitores poderão ver mais fotos das construções: http://detudoblogue.blogspot.com/2010/11/parque-sabina.html
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