Dois cientistas argentinos conseguiram, pela primeira vez, fecundar óvulos congelados sem a necessidade de usar espermatozóides, o que vai gerar novas células que podem ser úteis para o combate a diversas doenças.
"De todos as formas, este mecanismo nunca poderia dar lugar a um ser humano, porque carece de componentes do gameta masculino", explicou ao jornal argentino Clarín a pesquisadora Ester Polak, que protagonizou o descobrimento com o especialista José Cibelli, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Além disso, os dois especialistas asseguraram que o método pode ser eficaz para produzir células-tronco que vão servir para mulheres com doenças como Alzheimer, mal de Parkinson e diabetes.
Os cientistas preservaram óvulos de mulheres que tinham em média 32 anos, depois os descongelaram e os ativaram com substâncias químicas, o que causou a partenogênese.
"Os óvulos ativados alcançaram o estado de blastocisto. Quando se trata de uma reprodução sexual normal, o óvulo entra em contato com o espermatozóide. Se tivesse acontecido a fertilização, depois de 18 horas o óvulo passa a ter dois pronúcleos. Um deles tem material genético do óvulo e o outro do espermatozóide", explicou Polak, do Instituto Médico de Buenos Aires.
"Logo começa o processo pelo qual os dois pronúcleos se combinam e começam as divisões celulares. Depois de 48 horas, já há quatro células que vão formar o blastocisto no quinto dia", descreveu o especialista ao jornal argentino.
A pesquisadora garantiu que tem esperanças de "encontrar as células-tronco nos óvulos ativados" que conseguiriam o que, segundo ela, "é um grande desafio, porque há uma corrida mundial para conseguir as células-tronco por vias que gerem menos debates éticos.
Estadão
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