Cúpula Putin/Biden: O mundo exige maturidade

Em um momento crítico em várias encruzilhadas, o mundo clama por liderança com maturidade, uma qualidade claramente demonstrada por Vladimir Putin. E Joe Biden? Tem o que é preciso?

As palavras do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enquanto se prepara para sua cúpula com Vladimir Putin, demonstram o que parece ser uma total falta de habilidades. Ao declarar que pretende discutir o "comportamento" da Rússia que está em desacordo com o direito internacional, ele se mostra mais uma vez arrogante, insolente, altivo e totalmente incapaz de abordar os problemas reais que afetam todas as mulheres, homens e crianças que vivem neste planeta: as mudanças climáticas, a pandemia e o tsunami econômico e financeiro que se segue. Em vez disso, ele opta por lançar novamente diatribes agressivas, como o penetra na festa que ninguém quer.

Uma palavra para Biden: Iraque

Afinal, estamos falando de alguém que em 2003 apoiou o ato ilegal de carnificina dos EUA no Iraque, um ataque bárbaro fora dos auspícios da Organização das Nações Unidas, sem autoridade do Conselho de Segurança, tornando ilegal esse ataque baseado em mentiras descaradas, e mais, um crime de guerra.

Lendo as nuvens de boatos que emanam da imprensa ocidental - referências aos países do G7 como representantes da liberdade e da democracia, referência a Biden como "Líder do Mundo Livre" (o que isso quer dizer?) e referências a aquele Navalny como o "Líder da Oposição Russa" - vemos uma necessidade clara de alguém dizer a verdade e de alguma liderança que tome as decisões, hoje, que afetarão nossos filhos, amanhã. Decisões reais no mundo real, não fantasias da Guerra Fria II.

Vamos começar com um resumo claro como o cristal dos eventos atuais, resumindo. O Ocidente, coletivamente, só considerou a Rússia como um aliado enquanto as forças armadas da União Soviética dizimavam o Wehrmacht (9 em cada 10 soldados mortos) durante a Segunda Guerra Mundial/Grande Guerra Patriótica. Antes e depois disso, as forças ocidentais estavam ocupadas em operações terroristas, subversivas e de sabotagem dentro da URSS e dentro do território soberano de seus aliados.

O objetivo é desmembrar a Rússia

O objetivo é desmembrar a Federação Russa e tomar posse de seus recursos, financiando grupos separatistas, criando problemas e usando ONGs como armas terroristas sociais para desestabilizar. Só basta ver o orçamento coletivo de armas dos países da OTAN, fixado em um ponto dois trilhões de dólares por ano (o suficiente para erradicar a pobreza para sempre em apenas um ano), basta olhar para a natureza ofensiva do arsenal da OTAN. Devemos notar que, depois que a OTAN prometeu não se expandir para o leste, ela fez exatamente isso e agora circunda a Rússia Ocidental com uma corda ao pescoço, enquanto realiza jogos de guerra no Báltico.

Felizmente, a Rússia tem um presidente que é patriota e, felizmente, a Rússia tem líderes políticos e militares capazes de neutralizar tais provocações. Um evento recente foi o golpe fascista na Ucrânia, onde gangues de bandidos gritando "Morte aos russos e judeus" tomaram o poder e depuseram o presidente democraticamente eleito. A própria mão de Biden foi visível neste episódio lamentável, que viu essas hordas demoníacas conduzirem massacre após massacre de cidadãos ucranianos de língua e cultura russa. Faxineiras sufocadas com fio de telefone. Trabalhadores de escritório chutados até a morte. Até agora, não li uma única citação em que Biden denuncia esses atos de terror.

Mentiras são contadas para cobrir verdades desagradáveis ​​e reiterar essas mentiras constantemente, ao estilo de Goebbels, nada mais faz do que sublinhar a noção de que Biden está se escondendo atrás de um muro de ignorância. Para começar, Navalny não é o líder da Oposição Russa, ele não é o líder de nada. Seus próprios comentários racistas são muito conhecidos, tornando-o um personagem extremamente desagradável, enquanto o Líder da Oposição é o líder do Partido Comunista Russo, o segundo em intenções de voto atrás do Rússia Unida de Putin.

Continuemos com a Crimeia. Não foi anexada, como dizem as fontes ocidentais, houve um referendo livre e justo no qual mais de noventa por cento da população votou pelo retorno à Rússia. Na ausência do Presidente democraticamente eleito, destituído por fascistas a mando de quem havia de ser, o poder jurídico em vigor era o Parlamento da República da Crimeia, que organizou o referendo. Não é assim tão difícil de compreender.

G7, modelo de liberdade e democracia

Toda a população das Ilhas Chagos foi deportada após gasear seus animais de estimação

Quanto ao G7 ser um modelo de liberdade e democracia, vá ao o Google e procure a história nojenta das Ilhas Chagos. Nunca ouvi falar deles? Pois, mas está a ouvir agora. Culpados: a dupla dinâmica, o Reino Unido e seu chefe da cama. O Reino Unido deportou toda a população, gaseou seus animais de estimação em câmaras de gás, sim, você ouviu bem mas eu repito, gaseou seus animais de estimação em câmaras de gás e entregou as ilhas aos EUA.

Então vamos cair na realidade aqui. Putin não favoreceu o desastre de política externa que foi o Iraque e não foi Putin ou a Rússia relacionados com as histórias que se seguiram sobre campos de concentração e tortura, nos quais todas as estradas conduziam a Washington. Quem apoiou a guerra do Iraque foi Joe Biden. Portanto, talvez devêssemos discutir o comportamento dos Estados Unidos da América, que tem estado a quebrar qualquer norma de direito internacional há décadas. Podemos discutir a Operação Condor na América Latina, onde representantes políticos da esquerda que lutavam contra regimes militares fascistas foram estupradas, torturados ou mortos. Muito democrático, hein? Líder do Mundo Livre ou Agente de Satanás?

Podemos discutir o chocante ato de terror na Líbia, enviando o país com o maior Índice de Desenvolvimento Humano da África de volta à Idade das Trevas, repleto de jihadistas e cheio de mercados de escravos. Quão democrático foi isso? Podemos discutir o lado do Ocidente a apoiar grupos terroristas na Líbia, grupos em suas próprias listas de formações proscritas, podemos discutir o lado do Ocidente a colaborar com terroristas na Síria, aqueles caras que estupraram meninas antes e depois de decapitá-las e jogar futebol com as cabeças, depois que as meninas foram forçadas a assistir aos seus pais serem torturados até a morte. Liberdade e democracia?

Supondo que, pela primeira vez, Biden agisse como um homem?

Então, em vez das mentiras, das diatribes e da insolência tipo cabeça de merda e cara de porco, supondo que, pela primeira vez na vida, Joe Biden agisse como um homem e mostrasse algumas habilidades? Ele já está há muito tempo nos corredores do poder, afinal, e o que ele tem a mostrar para isso? Desastres da política externa, violando o direito internacional e a imagem de seu país ligada a campos de tortura e terroristas. E fala dos outros?

O que precisamos é de uma redefinição definitiva nas relações entre vários participantes em um mundo multilateral, não um marco da Segunda Guerra Fria com a Rússia e a China de um lado e os ex-estados imperialistas europeus e seus abortos, no outro. Queremos ver líderes globais com as capacidades para deixar uma marca global na formulação de políticas, e não exercícios unilaterais de bater tambor e abanar espada, isso pertence à época medieval.

Exigimos uma abordagem multifacetada e universal às mudanças climáticas, que faça a diferença e garanta que as próximas gerações estarão seguras; exigimos uma abordagem definitiva para o bem-estar animal, práticas de boa agricultura e a gestão do habitat que tornem a meta do Meio Mundo uma realidade (a atividade humana sendo restrita a manchar apenas metade do planeta, deixando o resto intacto e não poluído para as outras espécies desfrutarem); exigimos que todas as crianças deste planeta nasçam com oportunidades iguais, independentemente da nacionalidade, raça, cor ou credo.

Putin tem o que é preciso para fazer isso acontecer. E Biden?

Timothy Bancroft-Hinchey

Diretor e Chefe de Redação da versão portuguesa da Pravda.Ru

O autor pode ser contatado em [email protected]

 

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