A tinta ainda estava fresca na Resolução 1973, e na midia ocidental já estavam falando sobre os ataques aéreos e como ajudar os rebeldes. Dois erros aqui - em primeiro lugar, não é esse o âmbito do documento e, segundo, porquê o Presidente Obama e o primeiro-ministro Cameron deliberadamente citam de forma errada as palavras de Muammar Al-Qathafi?
"NATO" e "terrorismo" são a mesma coisa e as últimas ações desta ala militar do lobby do petróleo, que gravita em torno da Casa Branca, demonstram de forma evidente que essa força maligna segue endemicamente uma política de violência para perpetrar a sua ganância. Na Líbia, a OTAN, mais uma vez, errou monumentalmente.
A tinta ainda estava fresca na Resolução 1973, e na midia ocidental já estavam falando sobre os ataques aéreos e como ajudar os rebeldes. Dois erros aqui - em primeiro lugar, não é esse o âmbito do documento e, segundo, porquê o Presidente Obama e o primeiro-ministro Cameron deliberadamente citam de forma errada as palavras de Muammar Al-Qathafi?
O Líder Fraternal do Grande Jamahiriya Socialista Popular Líbia Árabe não havia jurado não mostrar misericórdia para com o povo de Benghazi - ele tinha dado aos "rebeldes" (grupos armados de criminosos), uma janela para deporem as armas e tinha dito que ele não mostraria misericórdia para aqueles que não o fizeram. Ele não estava falando acerca do massacre de civis em Benghazi - onde aliás muitos dos seus apoiantes, indefesas, que já foram assassinados pelos "rebeldes". Em sangue frio.
É legal ou aceitável em França, Inglaterra ou nos Estados Unidos da América para pegar em armas, transformar edifícios em tochas, massacrar civis desarmados (os "rebeldes" fizeram isso em Benghazi) e cometer atos de terrorismo? Não? Nem é, na Líbia.
O fato que o presidente Obama e o primeiro-ministro Cameron deliberadamente distorceram as palavras do estadista líbio, citando-o de forma errada e fora de contexto não faz nada para promover a noção de que eles sejam razoáveis, ou equilibrados, ou competentes para desempenharem seus papéis. O que eles fizeram é juntar-se ao Presidente Sarkozy para cometer um ato de terrorismo contra a Líbia. A Cruzada começou, e Líbia é apenas a primeira etapa.
O adágio da OTAN no Iraque era "hoje, uma criança - amanhã, um terrorista" e a política de deitar bombas de fragmentação em áreas civis é prova disso. Depois, entraram as empresas petrolíferas. O adágio da OTAN na Líbia parece ser proteger o povo líbio aliando-se com Al-Qaeda, instigar a revolta na zona rica em petróleo endemicamente separatista da Cirenaica, Benghazi sendo a sua cidade capital, para depois instalar um regime amigavel... e depois, as companhias de petróleo entrarão.
Para o povo da Líbia, se o Grande Plano resultar, vai desaparecer o alojamento gratuito, idem o sistema de educação livre, idem o sistema de saúde excelente e gratuito, idem os enormes benefícios sociais distribuídos entre a população. Líbia vai-se tornar a prostituta do Ocidente, os seus recursos estuprados enquanto pessoas à margem da sociedade da Líbia são colocados em posições de poder. Marquem as minhas palavras.
Para os (agora) criminosos de guerra Cameron, Obama e Sarkozy, algumas perguntas. Vocês sabiam que em 1951, a Líbia foi a nação mais pobre do mundo? Vocês sabiam que hoje tem o maior índice de desenvolvimento humano em África? Algum de vocês três implementaram programas habitacionais gratuitos? Não, vocês destruíram as esperanças dos seus cidadãos através da criação de sistemas nos quais as pessoas não têm recursos para manter suas casas.
Algum de vocês já implementou sistemas de cuidados de saúde gratuitos? Não, vocês tornaram a saúde num negócio. Algum de vocês distribuiu terras gratuitamente? Doaram equipamentos agrícolas de graça? Não, vocês impõem tarifas sobre as importações provenientes dos países pobres e dão subsídios aos seus fazendeiros, fingindo seguir, de forma hipócrita, os preceitos da OMC.
Como vocês justificam os ataques a alvos civis da noite passada? Estes são crimes de guerra. Vocês sabiam que os três centros médicos foram atingidos? Que tipo de "ditador" distribui armas para um milhão de cidadãos? Onde está a zona de exclusão aérea sobre o Bahrein e Iêmen, onde civis desarmados estão sendo massacrados pelos seus amigos?
E agora, o Sr. Cameron. Você se preocupou em explicar ao seu povo, confrontado com o selvagem, bárbaro e desumano ataque contra a sociedade britânica pela implementação dos seus ridículos e totalmente desnecessário cortes de gastos públicos, quanto custa participar neste ato descarado de terrorismo? Então eu lhe informarei que o custo por aeronave por dia está na região de 200.000 libras esterlinas. Isso é 35,000-50,000 GBP por hora de voo por aeronave - do dinheiro dos contribuintes. Como você justifica os gastos nesse bombardeio de hospitais e alvos civis, quando você corta os gastos para o Serviço Nacional de Saúde?
Cortes dos gastos públicos, qual quê?
Agora a verdade: A "rebelião" na Líbia está baseada em torno de fundamentalistas islâmicos no ponto quente historicamente separatista de Benghazi. Os líbios chamam-lhes "os barbudos". A "rebelião" foi lançada pelo Ocidente. Falhou, e quando as forças militares do coronel Al-Qathafi ganharam a iniciativa, eles entraram em pânico. Eles recusaram a resolução patrocinado pelos russos de um cessar-fogo na ONU e eles tentaram fazer passar uma resolução que permitia uma invasão militar em larga escala.
Esta resolução foi anulada pela Rússia, China, Índia, Brasil e Alemanha, e o resultado foi uma zona de exclusão aérea e permissão para usar a força militar para proteger os civis. Mas as autoridades líbias não estão lutando contra "civis". Eles, como no Ocidente, estão lutando contra terroristas islâmicos.
E os presidentes Obama e Sarkozy e o primeiro-ministro Cameron tem os assassinatos de 64 pessoas nas suas mãos. Estes homens são responsáveis pelo uso indiscriminado dos recursos militares contra alvos civis na Líbia, incluindo alegadamente três centros médicos, fora do âmbito de aplicação da Resolução das Nações Unidas. Senhoras e Senhores, Cameron, Obama e Sarkozy são responsáveis por crimes de guerra.
Timothy Bancroft-Hinchey
Pravda.Ru
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