Geórgia: Cumplicidade no genocídio

por Andrei Areshev

Os acontecimentos recentes na Ossétia do Sul podem ser adequadamente descritos como genocídio. O ministro russo da Defesa afirma que as forças georgianas tinham uma superioridade de 12 vezes em todos os parâmetros sobre a força [russa] de manutenção de paz quando começou a invasão georgiana da Ossétia do Sul.

Guerrilhas georgianas treinadas por instrutores ocidentais praticamente arrasaram Tshkhinvali e aldeias próximas e cometeram atrocidades sem precedentes nos territórios ocupados. Civis que se escondiam em caves de residências foram mortos com granadas de mão. Pessoas foram queimadas vivas, esmagadas por tanques e mortas utilizando todos os tipos de armas. Relatos de demolições, violência, pilhagem e captura de reféns por forças georgianas que se retiravam do distrito Znaur estão disponíveis. Escolas, hospitais, cemitérios e igrejas foram destruídos.

 Limpeza étnica total foi perpetrada no distrito oriental de Leninogorsk, o qual era particularmente vulnerável a ataques. Ossetianos foram mortos sem consideração pela idade. Há informações de pessoas escondidas em florestas. O lado georgiano não deixa corredores para a evacuação de feridos e refugiados. A táctica demonstra para além de qualquer dúvida que o objectivo é o extermínio total da população da Ossétia. Líderes georgianos ameaçam abertamente fazer aos abkhazianos o que fizeram aos ossetianos.

 A baixas civis na Ossétia do Sul não podem ser estimados no momento, mas é claro que as mortes elevam-se a milhares. Dezenas de membros da força russade manutenção da paz foram mortos ou feridos. Alguns dos cadáveres foram tão mutilados que o Ministério da Defesa russo tem dificuldades em identificar os mortos. A matança de forças de manutenção da paz é facto sem precedentes na prática global.


Ao mesmo tempo, os media ocidentais estão a travar uma guerra de informação contra a Rússia, a qual é muito semelhante àquela lançada em torno do Kosovo em 1998 na véspera dos ataques à Jugoslávia. Em alguns casos, os "objectivos e independentes" media ocidentais recorrem à falsificação directa. Exemplo: filmagens que mostravam o pesado bombardeamento de Tskhinvali por forças georgianas foram combinadas com um texto que condena alegados ataques da Rússia a cidades georgianas.

A Internet ocidental está inundada com fotos encenadas que pretendem retirar dos líderes georgianos a responsabilidade pela tragédia . Jornalistas das principais agências de notícias e media ocidentais estão a trabalhar exclusivamente em Tíflis, enquanto não há jornalistas ocidentais a informarem a partir de Tskhinvali. Praticamente todos os noticiários cobrindo o conflito começam com novas declarações falsas feitas em inglês pelo presidente georgiano. Aos canais de TV russos não é permitido que cheguem ao público ocidental. São efectuados esforços para bloquear sítios russos na Internet.


Não será o acima ser descrito cumplicidade no genocídio?
O regime criminoso de Tíflis que desencadeou a guerra junto à fronteira sul da Rússia e massacrou cidadãos russos de nacionalidade ossetiana espera sair impune disto. Esta esperança é baseada no facto de a opinião pública no Ocidente estar afastada da verdade acerca dos acontecimentos na Ossétia do Sul.


O Kremlin deve entender que a missão da Rússia no Cáucaso será impossível e qualquer estratégia adoptada por Moscovo para impedir a catástrofe humanitária na Ossétia do Sul fracassará se este bloqueio informacional não for rompido.

11/Agosto/2008

O original encontra-se em http://en.fondsk.ru/article.php?id=1537
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

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Author`s name Timothy Bancroft-Hinchey