Yuri Baluyevsky, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas afirmou que os Estados Unidos estão expandindo sua presença econômica, política e militar em tradicionais zonas de influência da Rússia, o que seria, segundo ele, a maior ameaça à segurança do país, no mais recente sinal do crescente esfriamento nas relações entre Moscou e Washington.
O general Yuri Baluyevsky disse também que a ameaça militar enfrentada hoje pela Rússia é maior do que a que existiu durante a Guerra Fria e propôs que a nação formule uma nova doutrina militar a fim de responder ao desafio, segundo um discurso divulgado ontem (9) no site do Ministério da Defesa.
"A cooperação da Rússia com o Ocidente buscando estabelecer um interesse estratégico comum ou próximo não tem ajudado na sua segurança militar", disse Baluyevsky no discurso, feito em recente conferência sobre segurança em Moscou. "Além do mais, a situação em muitas regiões do mundo que têm importância vital para a Rússia e são próximas de suas fronteiras tem algumas vezes se tornado mais difícil."
As relações da Rússia com os EUA vêm se deteriorando gradativamente por desacordos em relação ao Iraque e outras crises globais e por denúncias da administração Bush de que o governo de Putin tem se tornado cada vez mais autoritário internamente e ameaçador para seus vizinhos.
Baluyevsky considerou que a estratégia dos militares dos EUA "visando manter sua liderança global e expandir sua presença econômica, política e militar em tradicionais zonas de influência da Rússia" é a principal ameaça hoje à segurança nacional da Rússia.
A Rússia está irritada com os planos de Washington de posicionar partes de um escudo antimíssil na Polônia e República Chec,. O presidente Vladimir Putin afirmou que não acredita em garantias dos EUA de que seu objetivo é conter ameaças apresentadas pelo Irã. Putin adiantou que vai reagir. As medidas foram anunciadas ontem pelo ministro da Defesa da Rússia Serguei Ivanov.
O desejo dos Estados Unidos de formar um escudo anti-mísseis balísticos com base na Polónia e na República Checa levará a Rússia a reforçar a respectiva rede de mísseis, advertiu o ministro em Sevilha.
«Teremos que dar uma resposta assimétrica que consistirá em desenvolver o nosso próprio sistema estratégico (de mísseis intercontinentais) porque temos que ter a capacidade de vencer qualquer sistema anti-mísseis», disse o ministro, após uma reunião informal do Conselho NATO-Rússia.
«Não é uma ameaça para ninguém» e «não vamos entrar no jogo da corrida ao armamento, mas queremos ter a certeza de que não seremos submetidos, sob nenhuma circunstância, a pressões políticas ou militares», frisou.
O Pentágono tenciona instalar um radar na República Checa e 10 mísseis interceptores na Polónia até 2011-2012.
O projeto actualmente negociado por Washington com os dois países representa só para a República Checa um investimento de 1,6 mil milhões de dólares e prevê o envio de entre 200 e 400 especialistas e militares norte-americanos, segundo informações divulgadas pela embaixada dos Estados Unidos em Praga.
Recentes declarações do novo secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, não ajudaram a tornar as relações mais calorosas. Ele descreveu a Rússia como uma ameaça em potencial em depoimento a uma comissão da Câmara dos Representantes. "Não sabemos o que vai ocorrer em lugares como a Rússia e a China, na Coréia do Norte, no Irã e em outros lugares", disse Gates, segundo uma transcrição divulgada pelo Pentágono. O comentário de Gates sem dúvida pode ir para a história como o começo de um novo giro na Guerra Fria.
Com Agência Estado e Interfax
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