A Rússia poderá ficar ainda mais para trás dos Estados Unidos e de outros países na exploração do espaço se não criar, em breve, uma nova geração de naves espaciais, para substituir os designs de veículos da era soviética, advertiu o chefe da principal indústria espacial do país.
Nikolai Sevastyanov, chefe da estatal RKK Energia, disse que a companhia continua a trabalhar no projeto de uma nova nave reutilizável, chamada Clipper, e cujo desenvolvimento poderá custar um valor estimado em US$ 1,5 bilhão.
"Se não levarmos adiante o programa Clipper, poderemos ficar irremediavelmente para trás dentro de cinco anos, mais ou menos", afirmou Sevastyanov, numa entrevista coletiva. "Não podemos perder a oportunidade de garantir nossa posição na competição com os americanos e os outros".
A Energia afirma que o Clipper, que terá seis assentos, contra os três do atual modelo Soyuz, será capaz de levar tripulações à Estação Espacial Internacional (ISS) e poderá servir de base para novas missões rumo à Lua. Sevastyanov também afirmou que o Clipper será mais confortável para turistas espaciais.
O governo russo vem evitando dar uma resposta definitiva aos apelos da Energia por mais verba, e Sevastyanov expressou esperança de que a Agência Espacial Européia (ESA) possa arcar com parte do custo.
A Nasa já tem dois novos designs, a nave Órion e o foguete Ares, em desenvolvimento para um retorno à Lua. A agência americana espera usar a Órion para pôr astronautas no espaço já em 2014, e realizar o retorno à Lua até 2020. E Energia também tem planos no papel para explorar a Lua e Marte, mas o governo não se comprometeu com sua realização.
Como medida emergencial, a Energia planeja digitalizar os controles da Soyuz, um modelo que já tem 40 anos. Ele acrescentou que a empresa trabalha numa nova nave de carga, Parom ("balsa"), para substituir a atual Progress.
Atualmente, a Energia constrói duas Soyuz e quatro Progress a cada ano, para enviar astronautas e carga à ISS. Os números devem chegar a quatro e sete, respectivamente, a partir de 2009, disse Sevastyanov.
Agência Estado
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