Tomada de posição conjunta das companhias Lêndias dEncantar, Teatro Fórum de Moura e 3 em Pipa sobre a discriminação do Alentejo no Concurso de Apoios Anuais às Artes, e das declarações da Ministra da Cultura sobre este tema aquando da sua visita a Évora no passado dia 22 de Janeiro
REFORÇO DE 135 MIL EUROS PARA A REGIÃO DO ALENTEJO E POSSIBILIDADE PARA TODAS AS REGIÕES DE ATINGIREM O NÚMERO MÁXIMO DE PROJECTOS APOIADOS
Declaração
As estruturas teatrais do Alentejo (Lêndias dEncantar, Teatro Fórum de Moura e 3 em Pipa), assumem conjuntamente em Conferência de Imprensa as seguintes posições:
1. No Anúncio de Abertura dos procedimentos concursais para os Apoios Anuais às Artes 2010, a Direcção Geral das Artes (organismo com tutela do Ministério da Cultura) em comunicado assinado pelo seu Director, Jorge Barreto Xavier, assume para este concurso que a distribuição do financiamento (global) observa um propósito de descentralização da oferta artística e cultural;
2. perante uma análise comparativa das verbas distribuídas em 2009 para Apoios Anuais e as lançadas a concurso para 2010 é fácil perceber que a única região beneficiada com este propósito de descentralização da oferta artística e cultural é a região Norte;
3. de todas as regiões a mais prejudicada é notoriamente a do Alentejo;
4. tendo em conta a relação número máximo de projectos a serem apoiados (5) e as verbas a eles destinadas (85 mil euros) concluímos que existe uma clara discriminação do Alentejo e que esta só pode ser avaliada de duas formas, ambas muito graves:
a) ou o Ministério da Cultura e a Dgartes, contrariando a igualdade de oportunidades que deveria estar subjacente ao Concurso, e visto que nem todas as Regiões poderão alcançar o número máximo de projectos apoiados, definiu nas costas do Concurso que uma dessas Regiões será, à partida, o Alentejo;
b) ou, se o Alentejo vir o seu número máximo de projectos (5) serem apoiados, a média por projecto será de 17 mil euros, uma verba indigna para a nossa região, quase 5 vezes inferior à média por projecto da Região Centro, 4 vezes inferior à Região Norte e 3 vezes inferior à de Lisboa Vale do Tejo.
5. Perante estes factos denunciados por nós junto do Ministério da Cultura e da Dgartes e, mais tarde, publicamente e junto da comunicação social, congratulamo-nos por o nosso protesto contar com a solidariedade de várias Estruturas Artísticas e Culturais, agentes culturais e muitos cidadãos de todo o território nacional;
6. face às declarações da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, à comunicação social aquando da sua visita a Évora temos a dizer o seguinte:
a) que perante o óbvio, a Ministra assumiu a discriminação do Alentejo afirmando não estar satisfeita por saber que há uma Região do País que está, à partida, condicionada do ponto de vista dos apoios, prometendo ainda que esta é uma situação que eu irei alterar. Consideramos estas declarações positivas no sentido em que demonstram a concordância da Ministra com a nossa análise e posição perante os factos;
b) consideramos que, apesar da promessa de alterar a situação, a Ministra foi vaga na explicitação de uma solução que quanto a nós deve ser imediata e no âmbito do actual concurso;
c) consideramos também que, apesar do presente concurso ter sido lançado pela Dgartes, este organismo é tutelado pelo Ministério da Cultura, sendo sua a responsabilidade política;
d) consideramos ainda que não basta justificar a presente realidade como sendo sequência de práticas passadas. Esta análise é verdadeira mas incompleta: o actual Concurso foi lançado já Gabriela Canavilhas havia assumido a pasta ministerial da Cultura.
7. Desta forma, analisados os termos do actual concurso, e de considerarmos que a única forma coerente do Ministério da Cultura e da Dgartes assumirem na prática as declarações da Ministra da Cultura em Évora que, no essencial, corroboram a nossa denúncia, é, o mais rapidamente e tal como reclamamos desde a sua abertura, haver um aumento das verbas lançadas a Concurso assim como do nº de projectos a serem apoiados em termos totais do país, com uma consequente redistribuição de nº de projectos a serem apoiados por área artística.
8. Salientamos que uma alteração dos termos do Concurso não será uma novidade já que em 2009, após a abertura do Concurso e entrega das candidaturas, foram feitas alterações aos termos de abertura do mesmo;
9. Assim sendo, reivindicamos como medidas urgentes para fazer face à discriminação do Região Alentejo, as seguintes:
a) alteração imediata dos Termos de Abertura do Concurso sem prejuízo da sua actual calendarização;
b) reforço em 135 mil euros das verbas destinadas à Região do Alentejo (que ainda assim coloca a média por projecto apoiado no Alentejo inferior às Regiões Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo);
c) a possibilidade de todas as Regiões poderem atingir o nº máximo de projectos apoiados, isto é, passar-se de um total nacional de 29 projectos apoiados para 35 projectos apoiados;
d) alteração do nº máximo de projectos a apoiar por área artística.
Lêndias d' Encantar, Teatro Fórum de Moura, 3 em Pipa
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