O brasileiro lê mais, mas ainda não é o bastante

Entretanto, é preciso tomar cuidado ao conceituar o que é ou não uma necessidade direta. Definir o hábito da leitura como um ato importante na formação social e intelectual do indivíduo não é um trabalho fácil, tendo em vista as tradições culturais do brasileiro.

O país em números

Em 2003, um terço da população do país considerada como alfabetizada era composta por analfabetos funcionais (aqueles capazes de interpretar frases e palavras, mas não de abstrair seu conteúdo). Em 2008, esse número chega a 27% da população.

Conforme o IBGE, o brasileiro lia em média 1,3 livros por ano em 2001. Essa média vem ascendendo nos últimos anos na seguinte conformidade: 1,8 livros por ano em 2003, 2,4 em 2007. Número ainda baixo, se levarmos em consideração a média em países como Inglaterra (4,9), EUA (5,1), Rússia (6,5) e França (que atinge 7).

A POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares, em 2005, também pelo IBGE), aponta que gastos com leitura, abordando jornais, livros e revistas , ficam atrás de artigos como cigarros, perfumes, bebidas alcoólicas e cinema. Tal média ainda, conforme a pesquisa, é similar em praticamente todas as classes sociais brasileiras.

“Formar uma geração leitora é um desafio cada vez mais difícil, se levarmos em consideração os hábitos culturais brasileiros, a atual situação do capitalismo em que vivemos, e principalmente os preços altíssimos para adquirir uma obra em condições dignas de impressão.” – comenta o professor Joel Eduardo de Almeida. “O homem evolui através da criação e manutenção de sua cultura. Os livros são de longe a melhor ferramenta parra este fim” – completa o mestre.

Filipe Zalewska

BRASIL

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