Segundo o Portal Estadão, os policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) que invadiram o apartamento onde Eloá Cristina Pimentel e Nayara Rodrigues da Silva, ambas de 15 anos, eram feitas reféns por Lindemberg Alves, de 22 anos, não são unânimes sobre o tiro que teria sido disparado antes da invasão. Apenas o depoimento de Nayara, que deve acontecer na quinta-feira, 23, pela manhã, resolverá a principal dúvida que resta para a conclusão do inquérito policial sobre a tragédia no ABC. Quatro dos cinco PMs que invadiram o local confirmaram o tiro inicial.
Na terça, o Jornal Nacional, da Rede Globo teve acesso aos depoimentos dos policiais que participaram da operação. Eles não são unânimes sobre o disparo, que teria feito a polícia decidir pela invasão do apartamento. Na noite de terça, a polícia ainda ouvia vizinhos da família Pimentel para detalhar o que ocorreu na sexta-feira, a partir das 18 horas. A Corregedoria da PM já abriu uma investigação sobre os procedimentos adotados pelo Gate.
O comando do grupo de invasão era do tenente Paulo Sérgio Schiavo. Ele declarou que foi o último a entrar e que foi quem tirou Nayara do apartamento. Segundo o tenente, por volta das 2 horas (não fica claro se da madrugada ou da tarde) de sexta-feira, Lindemberg havia feito um disparo dentro do apartamento e ficou acertado que, caso isso se repetisse, haveria a invasão. Um tiro às 18 horas causou o ataque, conforme o comandante.
Nos depoimentos divulgados pela Rede Globo, o soldado Daylson Moreira Pereira relata que foi o primeiro a entrar e foi recebido a tiros. Já o sargento Mário Magalhães Neto atirou com a espingarda calibre 12, carregada com balas de borracha, contra Lindemberg, mas não conseguiu atingi-lo.
Os agentes não relataram ao delegado terem visto o rapaz atirando contra as jovens. Lindemberg teria, no entanto, disparado seguidas vezes contra os PMs - chegando a atingir o escudo de um deles. Após descarregar a arma, o jovem levantou os braços e se rendeu.
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