Feministas querem que emissoras de TV mudem o padrão de mulher em suas programações
Uma mobilização que teve início no 8 de março deste ano, Dia Internacional da Mulher, resultou num momento considerado histórico pelas feministas no dia 23 de abril, em audiência pública promovida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, em São Paulo. Dezenas de entidades do movimento de mulheres conseguiram abrir um diálogo importante com as emissoras de radiodifusão sobre a representação feminina na televisão.
De acordo com as organizações que participaram da audiência, muitos perfis de mulher são invisíveis à mídia. Além disso, somente em 16% das reportagens a mulher é centro das notícias e só 15% das matérias destacam a desigualdade de gênero. A imagem de mulher as retrata de forma simplista e lhe atribui funções estereotipadas. Para elas, o modelo feminino disseminado é o da mulher bonita, submissa e burra. Há, por exemplo, mais loiras na televisão brasileira do que na TV francesa.
Na opinião de Jacira Melo, diretora do Instituto Patrícia Galvão Comunicação e Mídia , a televisão não precisa ser educativa durante as 24 horas do dia, mas é intolerável que seja anti-educativa diante da influência que exerce nas novas gerações.
"Como o Brasil vai vencer a violência contra a mulher quando a TV sempre coloca a mulher em uma relação de subordinação diante do homem? Se queremos um outro Brasil, se queremos enfrentar a violência contra a mulher, a desigualdade e o preconceito, temos que brigar muito com o padrão de mulher apresentado na TV", acredita.
Fonte: Núcleo Piratininga de Comunicação
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